Samuel Nunes
Repórter
samuelnunes@onorte.net
Abrindo espaço mais uma vez para que as associações de bairro mostrem suas potencialidades e ao mesmo tempo apontem as necessidades no que se refere à estrutura urbana, O Norte ouviu o presidente da Associação de moradores do bairro Cidade Cristo Rei, Farley José de Souza. Ele ressaltou a importância do bairro e, sobretudo, o valor inestimável das famílias que ali moram.
- Temos em nosso bairro 1.574 moradores e 388 crianças de 0 a 12 anos, pessoas trabalhadoras e que querem o bem para o nosso bairro - diz.
Farley salienta que a concentração de jovens é considerável no bairro, sendo que o crime não estaria acentuado apenas por atos de pessoas da Cidade Cristo Rei, mas, sim, de pessoas que se infiltram na comunidade.
Ele afirma ainda que aos jovens do bairro, estão sendo negados benefícios por parte da prefeitura - que prometeu ajuda e até agora nada fez nesse sentido.
- É grande o número de crianças de 05 a 10 anos com o tempo ocioso. O pessoal só sabe criticar o Feijão Semeado, como é conhecido o nosso bairro, mas temos potencialidades. Quando existe obra de melhoramento no centro da cidade, tudo é muito rápido, mas aqui na Cidade Cristo Rei nada é feito de concreto - desabafa.
PRECONCEITO
O presidente da Associação de moradores do bairro Cidade Cristo Rei, Farley José de Souza demonstra um sentimento de indignação e tristeza quanto à forma como os moradores do bairro Cidade Cristo Rei são tratados. Ele diz que os mesmos são reconhecidos como iguais somente no dia 03 de outubro - que é o dia de eleição, e quando os políticos buscam votos, mas que em outros momentos, se uma pessoa fala que mora no bairro não tem nenhum valor.
- Temos um posto policial que é positivo para o bairro. Os policiais trabalham com responsabilidade e ética. É um posto policial com integrantes que são amigos da nossa comunidade. Mas o policiamento que vem de fora entra em nosso bairro com suas viaturas a 60 km por hora, podendo inclusive provocar um acidente principalmente envolvendo crianças. Isto é negativo, pois até prova em contrário toda pessoa é inocente.
SAMU
Farley agradece o Samu - Serviço Médico de Urgência que atendeu algumas ocorrências no bairro Cidade Cristo Rei. Outra observação feita por Farley José de Souza é que a Cidade Cristo Rei é visto por muitos como um local sem lei, onde o que predomina é somente a violência.
- Mas esta não é a realidade. A violência e a falta de segurança estão em todo lugar.
Farley revela que em 1990, o município mudou o nome do bairro para Cidade Cristo Rei, que foi uma forma de separá-lo do Alto São João. Ele conta que já foi feito um abaixo-assinado para mudar o nome para bairro Alto São João II, mas que, no entanto, não conseguiram este intento.
- Temos potencialidades aqui na Cidade Cristo Rei. Precisamos de lazer e esporte. A única rua de lazer que tivemos no nosso bairro foi realizada pela Funorte, através de um pedido direcionado a Raquel de Queiroz Muniz. Ela, através do curso de Educação Física realizou uma animada rua de lazer para a nossa comunidade. A prefeitura nunca fez isso - conclui.