Prefeitura recua e libera festas e shows em MOC

Proibição que seguiria até 13 de março é suspensa com novo decreto, sob alegação de fim do Carnaval e redução dos casos de Covid na cidade

Larissa Durães
Publicado em 05/03/2022 às 00:14.Atualizado em 05/03/2022 às 10:16.
SEM UNANIMIDADE - Vários moradores já circulam pelas ruas sem máscara (fotos larissa durães)
SEM UNANIMIDADE - Vários moradores já circulam pelas ruas sem máscara (fotos larissa durães)

Após idas e vindas na Justiça, o decreto municipal que proibia festas, shows, música ao vivo em bares e restaurantes e eventos que pudessem gerar aglomeração foi revogado pela Prefeitura de Montes Claros. O novo documento foi assinado pelo prefeito na noite de quinta-feira.

A justificativa do Executivo municipal para a mudança de regras foi a queda dos indicadores da Covid-19 na cidade e o fim do período de Carnaval.

Voltam a valer, portanto, as regras estabelecidas pelo Decreto 4.325, de 19 de novembro de 2021, que determinava que o funcionamento das lojas de conveniência, bares, restaurantes e similares, casas de festas e eventos, clubes de lazer e serviço, reuniões maçônicas, cinemas, shows artísticos, teatros e eventos desportivos, reuniões de qualquer natureza, bem como as atividades e eventos em locais públicos, não teria restrições de horário, limitação de público ou regras de distanciamento, desde que houvesse a utilização de máscaras cobrindo a boca e o nariz, além da apresentação do comprovante de vacinação.

A medida atendeu à demanda dos setores de bares e restaurantes e eventos. “A prefeitura corrigiu uma incoerência. Viu que estava sendo equivocada, porque não tinha motivos para isto”, avalia o diretor da Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (Amee), Fernando Nobre.

Ele acredita que, com a mudança, o setor possa retomar as atividades de forma plena. “Estão todos os empresários correndo atrás dos prejuízos”. 

O boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta sexta-feira aponta a confirmação de 85 casos em 24 horas, totalizando 72.439 ocorrências da doença em Montes Claros. É o número mais baixo de novos casos em um dia desde 13 de janeiro.

Uma morte foi registrada nesse último boletim, passando para 1.030 vidas perdidas em consequência do coronavírus.
 
MÁSCARAS
A queda nos indicadores da doença e o avanço da vacinação foram os requisitos apresentados pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para suspender a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos na capital mineira.

Desde esta sexta-feira os belo-horizontinos já podem circular pela cidade sem o equipamento de proteção, desde que não esteja em local de aglomeração.

Em Montes Claros, a prefeitura ainda não sinalizou a possibilidade de também suspender o uso obrigatório da máscara. A Secretaria de Saúde foi procurada, pelo segundo dia consecutivo, para falar sobre o assunto, mas não deu qualquer retorno até o fechamento da edição.

Para moradores de Montes Claros, a retirada da máscara ainda gera opiniões divergentes: alguns concordam e se dizem aliviados por tirarem o utensílio do rosto, outros já acham ser cedo para abrir mão da proteção.

A professora de inglês Rogéria Cardoso se sente dividida: acha que é cedo para liberar o uso da máscara, sob a alegação de que doença ainda está sendo propagada, mas alega que usar o equipamento no calorão da cidade é muito incômodo. Se a cidade adotar a flexibilização, ela diz que vai aderir. “Vou parar de usar, porque estou desenvolvendo uma alergia com a máscara”.

Já a operadora de telemarketing Tatiane de Oliveira Costa é contra a não obrigatoriedade do uso da máscara. “O fato de não ser obrigatório complica para quem usa direitinho. Vou continuar a usar para a minha própria proteção”, frisa. 

O vendedor Pedro Damião dos Santos, assim como Tatiane, não vai se sentir influenciado por um decreto. “Mesmo que liberem, vou continuar a usar por mais um ano”. Ele argumenta que, como trabalha nas ruas do centro, percebe o quanto pode ser perigoso ficar sem a proteção na boca e nariz. “Constantemente via gente assoando o nariz na rua, tossindo, espirrando, agora não tenho visto mais isso. Prefiro usar a máscara”. 

A empresária Anny Karoline Gonçalves diz que se for liberado ao ar livre ela vai aderir. “Ao ar livre, não vejo necessidade. Em lugares fechados, como comércio, cinema, escolas, acho necessário, pois ainda estamos na pandemia”.

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