População sofre com greve do hospital universitário, que já dura 30 dias

Jornal O Norte
Publicado em 28/04/2010 às 10:06.Atualizado em 15/11/2021 às 06:27.

Anny Muriel


Repórter



Nesta terça-feira, 27, o Plantão O NORTE voltou ao hospital Universitário, que continua em greve. Cadeiras vazias e poucos pacientes. Duas pessoas aguardavam aplicação de Glutantine, medicação que combate à leishmaniose. Outros quatro pacientes apenas aguardavam informações de parentes em tratamento no hospital. Um senhor estava à espera de notícias de sua esposa, que se encontrava em trabalho de parto e já estava sendo acompanhada pela equipe dos profissionais da maternidade.



Mesmo sabendo da greve do HU, o turismólogo Tiago Neves Silva, 28 anos, foi ao hospital para tomar o Glutantine e aguardava tranquilamente pelo atendimento. Além dele, só havia uma mãe que foi levar o filho para tomar o mesmo medicamento.



- Nem me preocupei se iria ser atendido ou não, pois, mesmo o hospital estando em greve, quem necessita tomar esta medicação já é destinado ao HU e este serviço continua normalmente, já somente aqui é feito o tratamento da leishmaniose - disse.



Do lado de fora do hospital, barracas, servidores sentados em cadeiras, bonecos e faixas com os valores salariais defasados, em protesto contra o governador de Minas. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho.



A greve continua em pauta na cidade, pois reflete no aumento do fluxo de usuários que migram para os outros hospitais da cidade, o que, de certo modo, contribui para o congestionamento.



Só estão sendo atendidos casos de picada de animais peçonhentos, mordidas de cachorro e alguns casos de urgência e emergência da maternidade.



Em nota oficial, a direção do hospital universitário Clemente de Faria informou que a greve já traz sérios prejuízos e comprometimentos incalculáveis para o usuário do serviço daquela unidade. Dos 171 leitos, apenas 43% estão ocupados; as cirurgias eletivas foram suspensas e o pronto-socorro atende somente 17% de sua capacidade diária, a média é de 300 cirurgias eletivas por mês. Por dia, o universitário realiza 180 atendimentos no pronto-socorro; com a greve, o número caiu para 30.



Sobre os exames, principalmente os de análises clínicas, eletroencefalograma, eletrocardiograma e de radiologia, a demanda do HU é de 8 a 10 mil por mês e estão suspensos por tempo indeterminado, por causa da redução do quadro de pessoal. A direção lamenta os prejuízos para a população e espera uma solução o mais breve possível.

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