Lojistas do Shopping Popular Mário Ribeiro da Silveira foram surpreendidos pelo anúncio de licitação do prédio onde funciona o centro comercial, na Praça Dr. Carlos. A portaria n° 70 /2025 foi publicada no último dia cinco de novembro e considerada como “traição” da administração municipal. “A gente sentiu que foi tomada uma decisão passando por cima de uma conversa anterior. Tínhamos interesse em solidificar a associação com os gestores para estruturar o prédio, aumentar o movimento e parcelar as dividas” disse Carlos Ronay Mendes, presidente da Associação de Lojistas.
O prédio foi inaugurado em 2003 com o objetivo de retirar os camelôs da Praça central e imediações, para agregá-los em um único espaço. Com quatro andares, com 316 lojas e quiosques, das quais 277 estão ativas e 159 com dívidas. O Shopping é gerenciado pelo Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Montes Claros (Prevmoc) e, segundo Ronay, “foi sucateado nos últimos oito anos e com isso, o movimento foi prejudicado”. A surpresa da decisão veio principalmente porque havia um diálogo em andamento.”Corremos atrás de parceiros e conseguimos que a UAI tivesse interesse em colocar no prédio um dos seus serviços fora da central. Uma solução muito boa para os lojistas, mas a Prevmoc estava travando e de repente anuncia outra coisa”, diz Ronay, que se preocupa com a ausência de movimento no terceiro e quarto andares, já que o elevador está interditado há vários meses consecutivos e há cerca de 5 anos, não funciona regularmente. “Mais de 40 lojas foram fechadas nos últimos andares, incluindo os dois restaurantes, que funcionavam como chamariz para atrair frequentadores. O shopping não é um conglomerado de grandes empresários, tem uma função social e foi atrelada com a Prefeitura”. Para ele, houve ausência de interesse da Prevmoc em promover atrativos para melhorar o movimento e o sucateamento é de responsabilidade da autarquia. A associação, acredita que o anúncio da licitação chega em um momento que pode ser devastador. “Não vimos com bons olhos, principalmente agora que está chegando o natal. As vendas de final de ano são a nossa esperança. Nossas necessidades não podem ser ignoradas”, declarou Ronay.
Procurada, a secretaria de comunicação da prefeitura disse que o Shopping, construído integralmente com o dinheiro das contribuições previdenciárias dos servidores, é de propriedade do Prevmoc e não da Prefeitura. “A licitação é para regularizar o empreendimento e torná-lo rentável, uma vez que o dinheiro dos servidores municipais foi investido para que o shopping contribuísse no custeio de suas aposentadorias e, aproximadamente 10 mil famílias necessitam ou necessitarão da previdência municipal. Nada muda, a princípio. Os que estão cadastrados e adimplentes poderão permanecer no espaço. Em um momento futuro pagarão os aluguéis ao licitante que vencer o processo licitatório e não mais ao Prevmoc, que continuará proprietário do Shopping, mas concederá a permissão de uso. A empresa que explorará o empreendimento, pagará valor mensal ao Prevmoc, estabelecido em avaliação imobiliária”, informou a prefeitura por meio de nota. Sobre o elevador, a prefeitura afirmou que o conserto está em processo licitatório, que a obra é complexa e construída sobre um minadouro d’água, o que ocasionou diversos danos, e que, o Prevmoc estuda soluções para que o meio de transporte volte a funcionar de maneira segura”.