
Na madrugada do último sábado (16), em uma boate de Montes Claros, um homem de 29 anos que se identificou como policial militar de São Paulo foi preso após a morte de Filipe Fernando Pereira de Figueiredo, 21 anos, atingido por um tiro durante uma discussão. O responsável é Wadson Mateus Fernandes Dias, natural de MOC.
Segundo o boletim de ocorrência, o autor se envolveu em uma discussão e agressão verbal com uma mulher dentro da boate. Testemunhas relataram que o suspeito sacou a arma de fogo, desferiu um golpe no rosto de outra jovem de 19 anos que tentou intervir em defesa da mulher agredida verbalmente.
A confusão se agravou quando um rapaz de 20 anos, namorado da moça de 19, questionou o agressor sobre o ocorrido. O autor tentou agredir esse rapaz, que conseguiu se desvencilhar. A vítima foi atrás do autor e deu um soco nas costas dele. Em seguida, o policial atirou no rapaz, que caiu no chão e morreu ainda dentro da boate. Filipe foi alvejado no ombro, e seu óbito foi constatado no local por uma equipe do SAMU.
De acordo com a polícia, após o crime, Wadson fugiu do local e se entregou na manhã de domingo (17) na delegacia de plantão, onde foi ouvido e teve sua prisão confirmada por homicídio consumado triplamente qualificado. Ele também foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) queixando-se de dores no rosto, resultantes de um soco recebido durante o tumulto, e dores no pé. O militar entregou a arma usada no homicídio.
Ao se apresentar voluntariamente, o autor alegou legítima defesa e disse que estava na boate com amigos, tendo comprado um espaço reservado. No entanto, após sair do local, ele retornou para pegar um jaleco esquecido pela mulher que o acompanhava. Nesse momento, o policial militar foi acusado de furto, quando uma mulher tomou a vestimenta de suas mãos, desencadeando a briga. Ainda segundo o depoimento, o militar disse que teve um desentendimento com dois rapazes dentro da boate e que foi agredido por um deles, porém, não especificou se o jovem que ele matou era o mesmo que o agrediu. Toda a ação foi flagrada por câmeras de segurança da boate.
Em nota, a Boate Bull, local onde ocorreu o crime, lamentou o ocorrido e se solidarizou com os familiares da vítima. Informou também que há sete anos funciona respeitando todas as normas de segurança em vigor e que está colaborando com as investigações.
Ainda segundo a empresa, o autor dos disparos se identificou como policial militar ao adentrar no estabelecimento, situação em que a legislação permite o porte de arma em qualquer local. Os dados da arma de fogo usada por ele foram registrados na entrada da boate, e todas as informações foram repassadas à polícia.
Em um vídeo divulgado pelo delegado Diego Flávio Carvalho Pereira, através da Delegacia de Homicídios de Montes Claros, foi informado que todas as medidas iniciais indispensáveis à completa elucidação dos fatos foram adotadas, e que algumas testemunhas presenciais, incluindo clientes e funcionários, já foram ouvidas.