Samuel Nunes
Repórter
samuelnunes@onorte.net
Um fato atípico aconteceu na manhã de quinta-feira, 9, próximo à lagoa da Pampulha: pessoas com tarrafas, varas de anzol e até gaiolas disputavam entre si quem pegava o maior número de peixes nas correntezas da lagoa.
A polícia militar do Meio Ambiente compareceu ao local e apreendeu uma tarrafa usada por um pescador
(foto: Wilson Medeiros)
Cerca de 20 carros e inúmeras motocicletas estavam estacionadas ao longo das margens do lago e mais de 200 pessoas assistiam com curiosidade os peixes que eram apanhados e outros que conseguiam driblar os pescadores.
De acordo com algumas pessoas com quem a reportagem de O Norte conversou, e que preferiram o anonimato, teve pescador que saiu com mais de 20 kilos de peixes garantindo um bom almoço e jantar.
- Os peixes são curimatá e alguns pesam mais de 2 quilos – disse um deles.
POLÍCIA
Durante o tempo em que a reportagem permaneceu no local, a policia militar do Meio Ambiente, comandada pelo sargento César, acompanhado pelos cabos Marcos, Souza e do soldado Dias aprendeu uma tarrafa. De acordo com o sargento César, o proprietário da tarrafa fugiu do local e deixando o material.
- As pessoas poderiam continuar no local, pescando, mas de acordo com a lei é permitida a pesca somente de peixes com no mínimo 30 cm, sendo também terminantemente proibida a pesca por tarrafas. A piracema é o período entre outubro e março, quando os peixes sobem até as cabeceiras dos rios, nadando contra a correnteza para realizar a desova e a reprodução. Este fenômeno é considerado essencial para a preservação da e das águas dos rios e lagoas – disse o militar.
O QUE PODE
Todos os anos, algumas espécies de pescado fazem um longo percurso, vencendo os obstáculos naturais, como as corredeiras e cachoeiras, no intuito de perpetuar suas espécies. Elas têm de vencer também as pescas predatórias, feitas clandestinamente com armadilhas, redes, tarrafas, puças, e outros artifícios por pescadores e outras pessoas sem a devida preocupação com a questão depredadora.
Durante a piracema fica proibida qualquer atividade de pesca profissional, inclusive o uso de redes, tarrafas, covos e outras armadilhas que aniquilam a vida nos rios. Os pescadores amadores podem utilizar somente caniço simples ou vara com molinete/carretilha, limitar a quantidade de peixes embarcados, assim como obedecer rigorosamente o tamanho mínimo de captura.
De acordo com o sargento César quem for pego pescando com tarrafa pode levar multa e ser preso.
