
Acidentes com objetos perfurocortantes, como seringas e cacos de vidro, têm vitimado servidores que fazem a coleta de lixo nas ruas de Montes Claros. Somente nos três primeiros meses deste ano, sete acidentes foram registrados pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. No ano passado, foram 18 ocorrências.
Os garis sofreram cortes profundos e perfurações ao recolherem sacolas de lixo com cacos de vidro ou seringas, acondicionadas de forma incorreta. Por lei, materiais pontiagudos ou cortantes devem ser acondicionados de maneira segura e com identificação na embalagem que o resíduo é perigoso.
Na última semana, dois servidores da limpeza urbana sofreram ferimentos nas mãos, mesmo utilizando luvas. Na primeira situação, um gari cortou a mão quando recolheu uma sacola que continha cacos de vidro. O outro se machucou com uma seringa quando fazia a limpeza pública –o material foi descartado de maneira incorreta no bairro Vargem Grande.
Acidentes deste tipo podem oferecer sérios riscos à saúde dos profissionais da limpeza, inclusive com a possibilidade de transmissão de doenças infectocontagiosas.
“Encontramos de tudo nos sacos de lixo e, muitas vezes, eles estão rasgados e todo o conteúdo se espalha pela rua. Já perdi as contas de quantas vezes me cortei, mesmo usando luvas”, diz o gari Adilson Batista.
Trabalhando na limpeza urbana há 12 anos, Adilson conta que quando jogam o saco no moedor do caminhão, o conteúdo respinga nos trabalhadores. “Vai desde fezes, a resto de comida e até farelo de cacos de vidro”, enumera.
NOVA LEI
Neste ano, foi sancionada a lei “Limpeza Urbana” que responsabiliza o morador pela acomodação correta dos resíduos sólidos domésticos.
De acordo com o secretário de Serviços Urbanos, Vinícius Versiani, já foram aplicadas multas aos moradores que não cumpriram as recomendações da nova legislação. O secretário não informou, no entanto, o número de multas emitidas nem os valores.
“Os vizinhos podem denunciar e até mesmo os próprios servidores da limpeza urbana que constatarem o mau acondicionamento do lixo”, pontua o secretário.
Na nova legislação, há regras para domicílios, restaurantes, comércio em geral e para os estabelecimentos de saúde, que trabalham com materiais de alto poder infectante.
FORMA CORRETA
Para o descarte de pratos, copos ou xícaras quebrados, uma dica é que o material seja envolvido em jornais ou toalhas descartáveis. Então, deve ser colocado em uma vasilha ou dentro de uma garrafa pet e lacrado com fita adesiva antes de ser depositado definitivamente na lixeira.
Já com relação ao descarte de seringas, jamais pode ser realizado no lixo comum. Seringas e agulhas devem ser colocadas em um recipiente apropriado, geralmente dentro de uma garrafa pet, e podem ser entregues nas unidades de saúde do município.
A partir da entrega, o material será encaminhado para o descarte especial e incinerado.