
A Polícia Civil concluiu inquérito de um homem que foi torturado e sequestrado pelos ex-colegas de trabalho por um suposto roubo de uma vaca em Montes Claros, Norte de Minas, no dia 18 de maio de 2023. A vítima de 48 anos, que sobreviveu a violência, teve oito costelas quebradas, além de fraturas e perfuração no pulmão.
Em coletiva de imprensa, realizada na última quinta-feira (20), a delegada da PC, Francielle Drummond, explicou que a polícia apurou a participação de cinco pessoas, sendo que um era o mentor do crime. “Esse mandante do crime era patrão da vítima e a motivação do crime estaria relacionada ao furto de um animal do patrão, consequentemente, a sua morte com a finalidade de vender a carne para pagamento de dívida”, explica.
Conforme informações, a PC apurou que, logo após a vítima ter sido levada até um reservatório de água, o mandante do crime ligou para um dos seus funcionários informando o que deveria ser feito com a vítima naquele local. Ainda de acordo com a apuração, o pagamento pelo crime foi realizado via PIX, horas depois do sequestro e tortura.
Durante as diligências não foi encontrado nenhum registro formal do roubo do animal. A delegada explica que é importante fazer o registro do boletim de ocorrência para que a PC tome conhecimento dos fatos; uma vez que é proibido pela legislação fazer justiça com as próprias mãos.
“No caso, esse patrão é o mandante do crime. Ele é patrão não só da vítima, mas de todos os outros autores envolvidos no crime que trabalhavam para ele em oficinas e fazenda. Cada um tinha uma função diferente no trabalho”, diz a delegada que ainda completa que a Polícia Civil não concorda com nenhum tipo de vingança e que o Estado tem seus agentes estatais, através dos órgãos de segurança pública, para reprimir e prevenir esses tipos de crime.
O inquérito foi concluído desde o dia 21 de junho e encaminhado à Justiça. Até o momento, cinco suspeitos foram identificados, três estão presos e dois homens de 48 e 19 anos se encontram foragidos com mandado de prisão preventiva. Alguns dos autores tinham passagem por tráfico, roubo e receptação. Todos serão indiciados pelo crime de tortura e lesão corporal grave e podem ter uma pena de até dez anos e, ainda, um aumento de um terço pelo fato do crime ter sido praticado mediante sequestro.
O mandante que se encontra foragido chegou a gravar um vídeo poucos dias depois do caso vir à tona deixando claro a possibilidade de se fazer justiça pelas próprias mãos, ou seja, justificando o seu comportamento através da subtração desse animal.
“Deixamos um alerta para a população de que a Polícia Civil sempre está atenta na apuração desses crimes onde percebemos uma afronta desses investigados contra os órgãos de segurança pública, uma vez que eles praticaram esses crimes às claras, durante o dia e na presença de várias câmeras de segurança. A Polícia Civil segue atenta e na procura desses dois foragidos da justiça”, finaliza a delegada.