No Brasil, o projeto para combater a mortalidade infantil iniciou em 1982 com o diretor executivo do Unicef, James Grant junto com o cardeal Dom João Paulo Evaristo. Para desenvolvê-lo, contou com a participação de Dra Zilda Arns Neumam e com a CNBB - Conferência dos Bispos do Brasil.
Em 1983 veio a criação desse projeto experimental, a Pastoral da Criança em Florentópolis, Arquidiocese de Londrina, norte do Paraná, e teve como missão evangelizar e promover as crianças através de ações básicas de saúde, nutrição, educação e comunicação.
A metodologia da Pastoral sustenta-se na idéia de que os problemas sociais necessitam da solidariedade humana e que as pessoas se sintam como modificadoras da comunidade em que vivem. E são voluntárias, o que reforça esta importância de valorização da vida e a transformação das famílias.
Em Montes Claros este trabalho é desenvolvido há 18 anos na Pastoral da Criança, na Vila Mauricéia.
- O objetivo deste trabalho é poder ajudar a conscientizar as mães da importância do peso dos seus filhos. É um trabalho de promoção de saúde que é feito por uma equipe capacitada para acompanhar gestantes e crianças menores de 6 anos cadastradas na Pastoral, orientando no combate à desnutrição, à violência doméstica e à marginalização social – explica a coordenadora Maria Alves do Santos. Segundo ela, a Pastoral recebe apoio de colaboradores, e trabalha em parceria com o PSF - Programa Saúde da Família, com os agentes comunitários de sáude, com a Paróquia Nossa Senhora e São José e com o vereador e deputado estadual eleito, professor, Ruy Muniz. Estes não só colaboram com doações, mas se fazem presentes junto às pesagens, para que haja uma maior conscientização e melhoria nesse projeto tão importante para a sociedade.
Em conversa com uma das líderes da Pastoral, Valdete Pereira, ela relata que gosta de trabalhar com crianças, mas que ainda há famílias que precisam fazer o controle do peso e prevenção.
- Este trabalho dedica-se a ações de caráter preventivo e recebem verbas de acordo com os índices das pesagens feitas mensalmente – explica.
Segundo o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Brasil registrou nos últimos anos uma redução nos índices de pobreza e indigência. Desemprego, falta de moradia e migrações são umas das causa que levam a Pastoral a desenvolver este projeto de resgate da qualidade de vida e a união entre a fé e a comunidade.
O agente Comunitário de Saúde da Vila Mauricéia, Valdir Dias Gonçalves diz que acredita que esta parceria de assistencialismo às famílias faz com que diminua não só a mortalidade infantil, mas que resgate nas pessoas a necessidade de cuidar da saúde desde a gestação.