Edmilson Guimarães
Repórter
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Uma grande operação, que envolveu cinco equipes coordenadas por fiscais da Associação Anti-pirataria Cinema e Música, com o apoio de 10 oficiais de justiça e cerca de 20 policiais militares, apreendeu pelo menos 15 mil CDs e DVDs piratas que eram vendidos em 26 lojas localizadas no centro e em diversos bairros de Montes Claros.
Enquanto preço do produto original chega até a R$ 30, DVDs piratas encontrados no comércio são vendidos em torno de R$ 2,50 cada
Apenas em uma das lojas, na rua Rui Barbosa, foram apreendidos 3 mil CDs e 2.500 DVDs. No mês de setembro, a Associação Anti-pirataria, que atua em todo o país, havia feito uma operação semelhante no Shopping Popular.
As apreensões foram feitas em cumprimento a mandados expedidos pela 1° Vara Criminal da Justiça, com sede em Montes Claros, que atendeu a uma solicitação do Ministério Público.
Fiscal recolhe milhares de DVDs piratas, que agora
seguem para incineração (fotos: WILSON MEDEIROS)
Paulo Cezar de Oliveira, um dos fiscais da Associação Anti-pirataria que participou da operação, explicou que o Ministério público foi acionado depois que a associação recebeu denúncias da venda de CDs e DVDs piratas em lojas da cidade, através do Disk-pirataria. Ele informou ainda que a fiscalização continuará acontecendo na cidade e que será intensificada neste final de ano, quando o comércio de produtos piratas é mais intenso por causa do período natalino.
Todo material apreendido foi encaminhado para a Polícia Civil e deverá ser incinerado por determinação da justiça.
O OUTRO LADO
Se por um lado a operação serve para cumprir a legislação, que proíbe a comercialização de reproduções piratas de CDs e DVDs, por outro causa um problema social, já que centenas de comerciantes e ambulantes sobrevivem do comércio de produtos pirateados. Os funcionários de uma loja localizada na rua Rui Barbosa, que teve quase todas as mercadorias apreendidas, calculam um prejuízo de cerca de 30 mil reais.
A movimentação causada pela ação das equipes que fizeram as apreensões durante todo o dia de ontem chamou a atenção das pessoas que passavam em frente as lojas.
Para o industriário Carlos Alberto Gomes, que se confessa um consumidor de produtos piratas, a culpa pelo crescimento da pirataria é dos próprios fabricantes.
- Eles querem ganhar demais, vendendo um CD ou um DVD a 25, 35 e até 50 reais, o que faz com que as pessoas optem pelas cópias, que são mais de 10 vezes mais baratas - questiona.
Preocupados com o prejuízo e com o risco de novas apreensões, lojistas e vendedores ambulantes já começam a se mobilizar. Alguns revelaram a intenção de procurar o Ministério Público para propor uma trégua de 3 meses nas operações, para que eles tenham tempo de reestruturar seus negócios antes de suspender a venda de produtos piratas.