Óbito maternal e infantil preocupa autoridades

Jornal O Norte
Publicado em 11/04/2007 às 09:53.Atualizado em 15/11/2021 às 08:01.

Face aos elevados índices de mortalidade materna e mortalidade infantil registrados nos 53 municípios sob sua jurisdição, a GRS-Moc - Gerência regional de saúde de Montes Claros realizou, ontem, no auditório da Unimontes, Seminário regional de prevenção da mortalidade materna e infantil. Na verdade, um encontro com agentes de saúde de todo o Norte de Minas para agilizar a implantação dos comitês municipais de prevenção do óbito fetal e infantil, e, conseqüentemente, reduzir o número de óbitos. Na região, 35 cidades já implantaram seus comitês.



Para se ter uma idéia da dimensão do problema, no último levantamento feito pela Secretaria de estado da saúde, em 2004, a mortalidade materna era de 32,96 mulheres para cada grupo de mil, quase quatro vezes superior ao registrado em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Canadá. Acerca dos índices da região, a GRS-Moc não tem estatística.



Entretanto, no que diz respeito ao óbito fetal e infantil, os dados levantados são assustadores. Em nível estadual, também tendo como base o ano de 2004, em média ocorriam 16,5 óbitos para cada mil nascimentos, enquanto em cidades como São Francisco, por exemplo, no mesmo período ocorriam 34 óbitos para cada grupo de mil. Na região, de acordo com dados oficiais da GRS-Moc, os números mais positivos foram obtidos pela secretaria municipal de saúde de Salinas: 11,2 óbitos/mil nascimentos.



ACOLHIMENTO E HUMANIZAÇÃO



O Seminário regional de prevenção da mortalidade materna e infantil foi aberto ás 08 h, com palestra proferida pelo professor Givanildo Passos, técnico em vigilância sanitária. Em sua abordagem, destacou a importância da investigação no processo de diminuição desses índices de mortalidade. Lembrou que a redução dos índices de mortalidade passa, necessariamente, por duas palavras de ordem: “acolhimento e humanização”.



É que dados revelam que nada menos do que 90% dos óbitos maternos são evitáveis, razão pela qual o Brasil figura entre os países campeões em risco reprodutivo. A realização do seminário, na jurisdição da GRS-Moc se justifica, também de acordo com o professor Givanildo, porque os índices de mortalidade estão “intimamente ligados à realidade sócio-econômica”.



Durante o seminário, técnicos da Gerência regional de saúde cobraram dos agentes das 53 cidades jurisdicionadas mais agilidade na implementação dos comitês municipais de prevenção do óbito fetal e infantil. Observaram que parte significativa dos comitês existe apenas no papel e que o governo de Minas está disponibilizando e aperfeiçoando toda a estrutura necessária para reduzir esses índices. Também foi frisado que a maioria dos óbitos, tanto de mães como de crianças, ocorrem nos hospitais, embora tenham feito questão de destacar que as três unidades hospitalares credenciadas em Montes Claros atendem às exigências da secretaria de estado, ou seja, Hospital Universitário, Santa Casa e Haroldo Tourinho.



Por outro lado, ficou bem claro que, não obstante a necessidade de implementação dos comitês e do rigor na investigação de óbitos, seus integrantes não podem impor medidas punitivas às unidades hospitalares, embora possam investigar e municiar as autoridades com informações, principalmente no que concerne às unidades que recebem recursos da Secretaria de estado da saúde, através do Pro-Hospi.

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