Samuel Nunes
Repórter
samuelnunes@onorte.net
Um lixão localizado nas proximidades do bairro JK tem trazido preocupação para os pilotos de aviões que sobrevoam os céus de Montes Claros. De acordo com o sargento da aeronáutica e fiscal de aviação civil, Alexandre Rios, um outro aterro sanitário que ainda não foi concluído está sendo construído na saída para a cidade de Pirapora. Ele afirma que segundo as instancias da aviação civil, um mínimo de 4km de distancia em linha reta tem que ser obedecido para que a possibilidade de um acidente aéreo seja sensivelmente minimizado.
Colisões de aviões e aves não são raras no mundo,
e muitas vezes causam verdadeiras tragédias no ar
(foto: Fábio Oliva)
Alexandre Rios observa que em decorrência do lixão, aves como urubus e outras podem provocar um choque na aeronave e um acidente ou mesmo complicar o trabalho de um piloto, seja de um avião maior ou de tamanho menor.
- A maior parte das colisões entre aviões e aves são registradas em fases dos vôos que acontecem dentro da colagem, pouso, corrida de pouso ou corrida de decolagem, ou próximo dos aeroportos, aproximação e descida.
Ele lembra que quando existe um choque aéreo envolvendo aves a violência deste choque é muito grande e pode levar um piloto a fazer uma manobra evasiva. Diz que existe um departamento que procura orientar as prefeitura e os estados com relação a este perigo - que é o Cenipa - Centro de investigação e prevenção de acidentes aéreos.
VÔOS EM MONTES CLAROS
O sargento Alexandre Rios revela que a cidade conta atualmente com seis vôos diários de vôos regulares (linha aérea), fora os vôos de aeronaves particulares para vários destinos. Outro ponto salientado por ele é que algumas solicitações já foram enviadas para a prefeitura no sentido de se resolver este problema.
- A administração municipal respondeu positivamente e estaria se adequando para resolver o problema.
O perigo de urubus nas proximidades do aeroporto de Montes Claros tem sido um problema que aumenta a cada dia (foto: divulgação)
Alexandre Rios lembra que já teve casos na cidade em que aviões não conseguiram pousar em virtude de algumas aves. Ele explica que quando isto acontece um relatório de perigo é elaborado para que providências sejam tomadas.
O perigo que a proliferação de urubus e outras aves nas proximidades do aeroporto de Montes Claros será tema de seminário na cidade (Leia matéria nesta página).
HISTÓRICO NO BRASIL
No Brasil, em um período de menos de 10 anos, os registros de acidentes provocados por choques de aves com avião subiram de 235 para 341 casos, o que preocupa o Centro de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos da Força Aérea Brasileira.
A principal causa desses acidentes no Brasil tem relação com a presença de lixões perto das pistas de aeroportos em centros urbanos, o que causa a concentração de um grande número de urubus e outros pássaros.
Outro ponto importante e que merece ser mencionado é que a maioria das aves que colidem com aviões, em Minas Gerais, é formada de urubus. De acordo com o Cenipa, há incidência alta de pombos, principalmente na região da Pampulha em Belo Horizonte.