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Quarta-Feira,27 de Agosto

Novo tremor após 10 meses

Abalo considerado “muito leve” chama atenção de moradores na noite de quinta-feira

Carlos Castro Jr.
Publicado em 02/02/2019 às 07:23.Atualizado em 05/09/2021 às 16:22.

Os tremores de terra, que não eram registrados em Montes Claros desde março de 2018, voltaram a ser sentidos, segundo os especialistas, de maneira “muito leve”. O Núcleo de Estudos Sismológicos (NES) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) confirmou o abalo de magnitude 1,4 grau na escala Richter – que vai de 1 a 10 –, na noite de quinta-feira, mais precisamente às 22h01.

De acordo com a Unimontes, o epicentro foi na zona rural, entre as comunidades de Cedro e Buritis, próximo a Nova Esperança, a 7,7 quilômetros – em linha reta – da estação sismológica que fica no Parque Estadual da Lapa Grande.

Moradores de alguns bairros da cidade, como Ibituruna, Barcelona Parque, Jardim Panorama, Santos Reis e Edgar Pereira, relataram nas redes sociais ter sentido o abalo.

Os bombeiros chegaram a registrar 16 chamadas sobre o fato, mas nenhuma ocorrência chegou a ser registrada. De acordo com a Unimontes, o tremor “muito leve” teve percepção evidente por ter acontecido à noite, quando o ambiente está mais calmo.

Maykon Fredson Ferreira, analista de sismograma do NES, confirmou que se trata de um abalo natural e não provocado, uma vez que as detonações nas pedreiras ao redor da cidade são previamente agendadas e não ocorrem no período noturno.

Logo após o tremor, várias pessoas foram às redes sociais relatar o ocorrido. Alguns perfis chegaram a ironizar o fato. “Para quem estava com saudades dos tremores, eles voltaram”, disseram em uma publicação.

Os dados são apurados na estação sismológica mantida pela universidade no Parque Estadual da Lapa Grande e enviados ao Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obis/UnB) para o cálculo final da magnitude do tremor, a partir da comparação com a apuração dos demais aparelhos mantidos pela UnB no Norte de Minas.

FORÇA
O anterior, há quase dez meses, foi o único de 2018 e representou 1 ponto na escala Richter. Outro, em setembro de 2017, chegou a 2,2 graus.

O maior já registrado em Montes Claros foi em abril de 2012, quando alcançou 4,2 graus e deixou alguns estragos.

Segundo Maykon Fredson Ferreira, um tremor inferior a 2 pontos dificilmente causa danos estruturais, mas é preciso levar em consideração vários fatores.

“Se for em uma região com casas mais frágeis, o impacto pode ser maior mesmo sendo uma magnitude pequena”, disse o especialista.
 
CAUSA
Os tremores em Montes Claros têm como causa uma falha geológica de um a dois quilômetros de profundidade, próxima ao perímetro urbano, na região Norte da cidade, envolvendo o bairro Vila Atlântida e o Parque Estadual da Lapa Grande.

A fisioterapeuta Maria Lúcia, que mora no Centro, na região do Roxo Verde, percebeu o tremor, mesmo estando longe dos principais bairros relatados. Ela chegou a pensar que poderia ser somente uma sensação causada pelo cansaço.

“Estava cansada, escrevendo um artigo e percebi o tremor, bem leve. Ouvi também o barulho estranho. Pensei que fosse coisa da minha cabeça, mas confirmei depois com outras pessoas na internet”, contou a fisioterapeuta.

O designer Wesley Soares da Silva, que mora no Edgar Pereira, também afirmou ter percebido o tremor. “Achei que fosse algo no bloco (do condomínio), uma batida de porta ou algo caindo, porque tremeu, fez o estrondo, mas foi bem rápido”, afirmou, lembrando que a cidade já teve outros bem mais fortes.
 
RECENTE
Em 21 de janeiro, um tremor de terra afetou a zona rural de Januária. O abalo, na região de Pandeiros, foi sentido também pela população das vizinhas Cônego Marinho e Bonito de Minas.

O tremor de 2,8 graus na Escala Richter ocorreu por volta das 7h e não houve registros de feridos ou danos materiais.

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