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Domingo,17 de Agosto

No posto de saúde do Maracanã, usuários reclamam falta de profissionais

Jornal O Norte
Publicado em 03/05/2010 às 20:09.Atualizado em 15/11/2021 às 06:27.

Anny Muriel


Repórter



Pelo menos vinte e cinco pessoas estavam, na tarde desta segunda-feira, 03, no centro de saúde do Bairro Maracanã. Entre os pacientes à espera de atendimento, crianças, adolescentes, jovens e idosos. Dona Meralice Pereira, 43 anos, moradora do Grande Maracanã, disse que foi bem cedo ao posto para tentar uma ficha.



- Às 6h eu já estava na fila para tentar pela segunda vez uma consulta com um clínico. Eles marcaram minha consulta para as 15h e já são 15h40. Vou tentar novamente marcar uns exames, o que acho meio difícil ou quase impossível, pois da última vez me falaram que a secretaria de Saúde não estava autorizando as marcações. É uma tristeza ter que depender dos serviços do SUS. A gente nunca consegue e a labuta é demais. É um absurdo ficar nesta peleja para tentar resolver o problema de saúde da gente - lamenta a paciente.



Segundo Dona Meralice, a médica havia pedido hemograma completo, exames de glicemia, colesterol, triglicerídeos, ácido úrico, VHS, dentre outros, desde o dia 15 de abril, mas ela não conseguiu fazer nenhum porque o posto de saúde não estava marcando.



Há duas semanas a paciente sente constantes dores de cabeça e no corpo, febre e resfriado, o que a levou a automedicar com tylenol. Ela alegou que não teve ânimo de ir ao hospital Alpheu de Quadros, sempre muito cheio, ainda mais com a greve do hospital universitário, que congestiona e dificulta o atendimento, segundo Dona Merelice.



- Eu penso que o certo seria facilitar a autorização dos exames, porque particular é muito caro e os serviços do SUS são direito nosso. Se implantassem mais especialidades aqui facilitaria para a gente - diz.



E a correria para conseguir uma ficha é intensa na parte da manhã. Mercilene Aparecida Santos, 32 anos, moradora do Maracanã, disse que chegou às 6h, quando as fichas começaram a ser distribuídas. A consulta ficou marcada para as15h, mas até as 15h40 ela ainda não havia sido atendida.



Mercilene foi se consultar com um clínico para que o médico a encaminhe a um oftalmologista, uma vez que sofre com uma séria alergia nos olhos, que causa incômodo e atrapalha a visão.



O aposentado Valdomiro Soares dos Reis, 70 anos, também morador do bairro, diz que sua filha foi pela manhã ao posto pegar uma ficha para se consultar com um clínico. Por sorte, segundo disse, a filha conseguiu e ele vai pedir um encaminhamento para oftalmologista, pois o problema na visão já está o impedindo de enxergar claramente.



- O pessoal marcou a consulta para agora, às 15h. Vou esperar, porque num caos como este, é difícil de conseguir, não é mesmo? Vamos ver se eu consigo, porque minhas vistas estão embaraçadas demais. Corrigir o quanto antes vai ser melhor, assim volto a enxergar como antes – afirma o aposentado.



Para o jovem Derick Souza Santos, 18 anos, a ida ao posto bem cedo não adiantou muita coisa.



- Eu cheguei aqui às 6h20 com falta de ar. Como minha bronquite atacou, vim tentar uma ficha, só que já havia acabado. Eu achei um absurdo, porque o ideal seria aumentar na distribuição e no número de médicos também, porque a demanda aqui na comunidade é muita. Então, o jeito foi eu voltar agora na parte da tarde para tentar, vou esperar para ver se consigo ser atendido ainda hoje – diz o estudante.



Das seis crianças que estavam no posto, a maioria foi vacinar e todas foram atendidas.

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