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Natal sem a ceia do Restaurante Popular

População lamenta fechamento e abandono do imóvel, além de pedir a reabertura do espaço

Larissa Durães
Publicado em 23/12/2022 às 21:38.

Fechado há seis anos, o Restaurante Popular de Montes Claros atendia diariamente cerca de 1,2 mil pessoas, grande parte moradores de rua, além de frequentadores e comerciantes do Mercado Municipal Christo Raeff, que pagavam cerca de R$1 por refeição com acompanhamento nutricional por profissionais qualificados.

Inaugurado em 2008, servia mais de mil refeições self-service na bandeja e mais ou menos 300 marmitas para pessoas da redondeza. 

“O público-alvo eram pessoas que, realmente, tinha dificuldade financeira e que estavam em vulnerabilidade social todos os dias”, lembra o ex- secretário municipal nos governos de Luiz Tadeu Leite (PMDB), e também no governo de Ruy Muniz (Avante), André Luiz Pereira Mori. 

“No governo de Ruy Muniz, foi acrescida a sopa à noite”, informa. 

Contudo, o restaurante acabou desativado em 2016, em atendimento ao ato de interdição expedido pelo Corpo de Bombeiros. De lá pra cá, tem sido “uma luta para reabri-lo, com todas fracassadas”, diz o vereador Valdecy Contador (Cidadania). 

“Desde 2017 estamos com a intenção de reabrir o restaurante popular. Foram demandas e demandas, inclusive para o Ministério Público (MP), nada adiantou”, explica. 

Valdecy informa que agora vai ser bem mais difícil a reabertura no mesmo local, pois o município cedeu o prédio. 

O vereador garante que a luta segue. 

“A nossa briga continuará. Vamos pedir ao prefeito Humberto Souto (Cidadania) e aos nossos governantes que reabra como delivery. Assim, diminui os custos, pois basta um pequeno ponto de apoio. Mas a gente depende do Executivo querer abrir. A gente não para de cobrar porque é de suma importância para a população mais carente”, ressalta. 

Procurada, a prefeitura não deu retorno até o fechamento desta edição. 

No site do município consta uma licitação, aberta em setembro de 2022, para contratar empresa para reformar o imóvel. A obra permitirá que o local abrigue uma equipe da Atenção Primária em Saúde para atender os usuários da zona rural quando estiverem na área urbana; além do Núcleo de Atenção Judicial, que é um órgão da Secretaria Municipal de Saúde, entre outras demandas. O valor total do investimento será de cerca de R$ 1,7 milhões, que serão utilizados para a reforma e adequação do prédio. De acordo com o edital do processo de concorrência pública nº 013/2022, o prazo para a execução da obra é de 8 meses.

‘Pena que fechou’

Quem lamenta é o comerciante Jorge Osmar de Andrade, que trabalha nas imediações do Mercado Municipal há 19 anos e frequentou bastante o restaurante popular quando estava em funcionamento. 

“O preço era acessível e tinha uma alimentação boa e balanceada com nutricionista, era muito bom. Pena que fechou”. 

Para o comerciante, o descaso com todos que frequentavam não tem explicação. 

“Vinha gente de longe pegar comida aqui. Aí fechou sem falar nada com a gente. Agora estamos com esse prédio, que já foi uma grande obra, abandonado, quebrado e sujo perto da gente e sem explicação. O povo vê as coisas acontecendo, o descaso e degrado e ninguém faz nada”, diz, indignado, o comerciante. 

Carmozina Pereira dos Santos de 66 anos, feirante no Mercado Municipal, diz que sempre ia no, restaurante popular comprar a marmita pra levar pra casa. 

“Eu sempre trabalhei e não tinha tempo de fazer comida em casa, aí eu vinha e comprava aí”, conta. Para a feirante, o restaurante faz muita falta.  

“Porque não é todo mundo que tem condição de pagar o preço dos outros bares e restaurantes aqui perto”, diz.

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