
Proprietários de autoescolas, trabalhadores do setor e candidatos à habilitação fizeram manifestação na manhã desta terça-feira (16), pelas ruas de Montes Claros, a fim de sensibilizar o governo do Estado e mostrar o impacto, segundo eles, negativo, de mudanças efetivadas na área. A principal queixa diz respeito à transferência de serviços do Departamento Nacional de Trânsito (Detran) para a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET-MG), que trouxe morosidade ao serviço e prejuízos diversos.
“Eles reduziram o número de vagas para exames práticos veiculares e tornaram o processo bem mais dificultoso para o aluno”, revela Tatiane Gonçalves Cruz, proprietária de Autoescola Via Única. Segundo a empresária, o aluno tem um ano para tirar a habilitação e caso não o faça, a pauta (documentação) vence e automaticamente o aluno fica prejudicado. “Tenho aluno que está com pauta vencendo hoje. Temos o papel de realizar o sonho das pessoas, que é o de tornarem-se habilitadas. Eles melhoram a qualificação e, além de permitir que dirijam, podem se profissionalizar. Infelizmente, a gente não está conseguindo realizar esse sonho”, afirma Tatiane, reforçando que um órgão empurra a responsabilidade para o outro e o impasse é um obstáculo que pode impactar, inclusive, na economia, já que a desistência dos alunos pode incidir em demissão de funcionários. “Eram distribuídas em torno de 600 vagas por semana, agora estão distribuindo entre 280 a 300 vagas, em semanas alternadas. Somos empresa privada, porém, subordinada ao órgão público. Nenhum dos dois resolve e ficamos todos prejudicados”, reforça, lembrando que a opção de alunos em se submeter ao processo em outros estados já é uma realidade.
Lucas Alves Silva, aluno de uma escola no bairro Maracanã, trabalha como motorista de aplicativo de moto, mas está com o serviço paralisado. Ele conta que a habilitação iria vencer e, já pensando em renovação, iniciou os exames de rua há aproximadamente quatro meses. “Tenho habilitação A e decidi aproveitar a renovação para acrescentar a modalidade B, mas não sabia que havia tanta burocracia para isso. Já se passaram meses, a renovação venceu e eu estou esperando liberarem a prova, para eu fazer e voltar a trabalhar. Estou parado por enquanto”, contou.
Procurado pela reportagem para maiores esclarecimentos e possibilidade de rever a situação, o Governo não retornou até o fechamento da edição.