Anny Muriel


Repórter

O Plantão O NORTE esteve, nesta quarta-feira, 28, na unidade de saúde do Planalto. Em um amplo espaço, com um jardim muito bem cuidado, poucos pacientes aguardavam para ser atendidos.

- Eu nunca voltei para casa sem atendimento. Todas as vezes que preciso de uma consulta ou exame, consigo resolver aqui. É realmente nota dez. Apesar de morar no Bairro Village do Lago I, eu nunca consigo nada lá no bairro. É impressionante como nunca tem médico nem remédio para os moradores do bairro. E, mesmo assim, ainda alegam que o PSF existe para promover a prevenção e saúde da família, mas ninguém pode contar com nada no PSF do Village. Simplesmente não existe. É preferível fechar e deixar que o local funcione como uma creche para as crianças do bairro -diz a dona de casa Patrícia Claúdia Dias Ruas, 35anos.

Patrícia afirma que há quatro meses estava tentando marcar uma cirurgia para o seu filho que precisa com urgência operar da garganta, além de ter um sério problema na visão. Quando procurou por um médico na unidade de saúde do seu bairro, não tinha clínico, médico, nem pediatra. Só havia um enfermeiro, o que, segundo ela, não resolveu o problema.

- No PSF do Village só tem um grande número de funcionários, os chamados agentes de saúde, que em nada contribuem para atender nossos anseios. Há quatro meses aguardo por uma cirurgia para meu filho e não consigo, e o problema é sério. Cheguei aqui no Planalto e já consegui. O atendimento dos funcionários à população é bem humanizado – afirma.

O pequeno Vítor Dias Gonçalves sofre com um sério problema nas amídalas, o que há quatro meses o impede de se alimentar e frequentar a escola. De acordo com a mãe, o menino já perdeu três quilos e constantemente sente fortes dores de cabeça, fraqueza e febre.

Vítor tem tido acompanhamento psicológico, uma vez que, devido ao seu estado de saúde, vem apresentando mudanças de comportamento, chegando a ficar alterado e muito inquieto.

No centro de saúde do Planalto, a dona de casa diz que conseguiu os exames de urina, fezes e tomografia, além de atendimento psicológico e medicamentos para o tratamento.

E as reclamações do atendimento das unidades de saúde na cidade não são somente no Village. A triste realidade se estende por vários bairros, como o Jardim Primavera, onde os moradores também dizem ser necessário procurar atendimento em outros bairros.

No PSF do Bairro Jardim Alvorada, a moradora Cristiane Beatriz Silva Santos, 37 anos, do lar, diz que não são feitos os atendimentos que a população precisa. Cristiane Silva disse ainda que provavelmente o PSF nem está funcionado no momento, o que, de acordo como que a informaram, seria devido a problemas de instalações hidráulicas no local.

- O PSF do meu bairro para mim não tem utilidade nenhuma. Não só para mim como também para a comunidade, tenho certeza, pois a reclamação em relação ao atendimento no PSF é geral. Se precisar de um médico não tem, pediatra também não, ginecologista, como é o meu caso, piorou. Daí, o jeito é vir para o posto daqui do Planalto, onde sempre que preciso sou muito bem atendida. Agora mesmo, tentei uma desistência e já vou ser atendida. O pessoal daqui não mede esforços para acolher quem carece de atendimento. Pelo menos aqui, porque nos outros hospitais que a gente procura por atendimento ou está em greve ou então falta médico. A situação, no geral, não está boa para a saúde da população de Montes Claros, não. A solução seria aumentar o número de médicos para que em cada bairro quem precisar dos serviços seja atendido. Seria bem mais fácil - concluiu a dona de casa.