
Moradores do bairro Sumaré vivem um drama no período chuvoso e fazem apelo à Prefeitura de Montes Claros para que realize obra de drenagem. “Quando cai a chuva, forma-se uma bacia de água, que vai invadindo as casas. Todos os moradores são obrigados a colocar barreira nas portas. Já faz um ano que o prefeito veio aqui e falou que iria fazer a drenagem, assim que passasse o período de chuvas, mas é só promessa. Estamos esperando. Ele falou que depende do secretário Guilherme – de Infraestrutura e Planejamento Urbano –, mas ficou um jogo de empurra”, disse a dona de casa Eliana Santos.
Ela acrescentou que, imediatamente após a visita do prefeito, em um dia em que a rua estava alagada, equipe da prefeitura esteve no local e fez obra paliativa, que estaria prejudicando um vizinho da rua de baixo, que recebe a água em seu quintal.
“O prefeito tem conhecimento disso. O vizinho não queria aceitar, mas, depois de muita conversa, ele aceitou, porque o prefeito disse que iria fazer a obra rápido. Até hoje não veio”, explicou.
Marlene Pereira diz que também sofre as conse-quências do descaso. “A chuva desta madrugada foi um horror. É engraçado, que ele faz obra na rua da própria rádio e aqui a gente tem que esperar. Ele veio com a comitiva toda. Hoje, chegamos a tirar lixo da canaleta para a água escorrer”, disse.
O vereador Oliveira Lêga (Cidadania) quer saber o motivo de a obra não ter sido executada. Para ele, os vereadores aliados do prefeito estão recebendo privilégios, enquanto os que denunciam as situações são perseguidos.
“Foi dito aqui nesta Casa que o prefeito era um homem de palavra. Eu acreditava nele. Quando o secretário apresentou o valor da obra na rua Guaporé, ele autorizou, na frente das moradoras daquela rua. Estive na reunião. Alguns até choraram de emoção. Minha pergunta é: um ano depois, por que não foi feita a obra? Será que é porque drenagem não dá votos? Não se pode administrar desta forma, principalmente quando é feita uma promessa”, declarou o vereador.
Outra rua recebe drenagem
Por outro lado, o vereador Aldair Fagundes (Sem Partido), porta-voz do prefeito, usou a tribuna para comemorar drenagem realizada na rua Professor Monteiro Fonseca, na Vila Brasília. A fala do vereador gerou polêmica e repercutiu mal no Plenário. O chefe do Executivo foi acusado de estar usando dinheiro público para arrumar a própria casa, já que a rua citada abriga uma rádio e outros imóveis pertencentes ao prefeito.
“Por que o problema da rua dele foi resolvido rápido e na periferia ele demora tanto para fazer alguma coisa?”, questionou A.C., que habitualmente frequenta as reuniões no Legislativo.
SECRETÁRIO
Questionado pela reportagem sobre o prefeito ter priorizado arrumar a “porta de casa”, em detrimento de outros bairros, o secretário municipal de Infraestrutura e Planejamento Urbano, Guilherme Guimarães, disse que as obras são feitas à medida em que chegam os pedidos e negou que houve privilégio ao vereador Aldair Fagundes, aliado do Executivo. Contudo, admitiu que a obra na rua Guaporé foi orçada em R$ 390 mil, valor equivalente ao que foi gasto na rua da rádio do prefeito. Ele disse ainda que o que dependia da secretaria já foi feito e aguarda a autorização do prefeito para abrir processo licitatório na obra do Sumaré.