Montes Claros é uma das três cidades brasileiras escolhidas pelo ministério da Saúde para desenvolver de forma pioneira o projeto Bambu amigo, do governo federal. O objetivo do programa é incentivar o plantio de bambu nas comunidades rurais para sua utilização em vários setores – como de alimentação e de construção civil. Em Moc, o programa será implantado no distrito rural de Nova Esperança.
A escolha de Nova Esperança ocorreu por vários motivos, a começar pela sua importância como o maior distrito rural do município e por estar localizado em uma área privilegiada para o escoamento da produção.
- Depois, há também o fato de o bambu ser um agente que combate a poluição das águas, com capacidade para absolver todas as matérias orgânicas presentes no esgoto, possibilitando que Nova Esperança receba melhoramento no setor de saneamento básico – informa o vereador Antônio Silveira, que acompanhou em Nova Esperança os técnicos do órgão denominado Interáguas, do ministério da Saúde, responsável pela condução do programa nas cidades que receberão o projeto-piloto.
RETORNO FINANCEIRO
De acordo com Antônio Silveira, os resultados da primeira fase do projeto Bambu Amigo serão conhecidos dentro de um ano, quando Nova Esperança disponibilizará matéria-prima para a confecção de móveis através do bambu, oferecendo posteriormente outras de suas propriedades para a fabricação de alimentos, construção de pontes e de casas populares, bebidas, vestuários, artesanato etc.
Nesta primeira fase, segundo Silveira, o ministério da Saúde já garantiu que comprará toda matéria-prima disponível. Portanto, quem plantar bambu não perderá dinheiro, desde que atenda às exigências do projeto.
O vereador salienta que nos próximos dias os técnicos do órgão Interáguas estarão iniciando uma série de cursos para que a comunidade em Nova Esperança aprenda a lidar com a cultura do bambu e seu aproveitamento comercial e industrial.
- Essa é uma prática vitoriosa na Ásia, sobretudo na China e no Japão. No Brasil, o bambu ainda é considerado uma praga, conceito que definitivamente está caindo por terra – anota Antônio Silveira, lembrando que a ignorância em relação ao potencial do bambu se justifica pelo fato de que o Brasil não foi colonizado por chineses e japoneses.
- Os nossos colonizadores desconheciam o potencial escondido no bambu e nós herdamos essa ignorância que agora está virando coisa do passado. O bambu nos dará emprego, renda e melhor qualidade de vida – conclui o vereador.