Samuel Nunes
Repórter
Comissão formada por vereadores e entidades que trabalham com crianças e adolescentes se reuniu na tarde da última quinta-feira com o secretário municipal de saúde, José Geraldo Drummond. O assunto em pauta foi a implantação, no município, de uma unidade do Caps – Centro de atenção psicossocial infantil. O assessor técnico da secretaria, Leonardo Felix, também participou da reunião, e disse que o projeto para construção do Caps I foi aprovado sem ressalva, e que este será encaminhado para o governo do estado para que o recurso seja liberado.
A criação de Caps infantis é incentivada por meio da lei estadual 2.388, bastando ao município entregar projeto à secretaria de estado da saúde.
O secretário José Geraldo Drummond afirma que irá intensificar junto, ao secretário de saúde do estado, Antônio Jorge, ações para a liberação do recurso. Disse ainda que, pela posição estratégica de Montes Claros, tem chances reais de conseguir o recurso.
De acordo com os técnicos da secretaria municipal de saúde, depois de implantado o Caps infantil terá custeio de 30 mil reais por mês.
Lembram ser necessário recurso da ordem de 500 mil reais para manter os Caps já existentes no município em pleno funcionamento.
LIDERANÇAS
A presidente da associação de moradores do bairro Santo Antônio I, Maisa Cássia Martins, que representou na reunião a associação dos portadores de doença mental no município, avalia como positivo o resultado do encontro.
Salienta que crianças que necessitam de atendimento não o têm pelo fato de o município não possuir local apropriado para tal.
Segundo ela, Montes Claros tem cerca de 8 mil crianças portadoras de doença mental, algumas vindas de outros municípios da região, que ficam muitas vezes à mercê de um atendimento à altura do que necessitam.
Frisa ainda ser primordial que não fique no papel esta discussão, e que, de fato, o centro de atenção à criança e ao adolescente e saúde mental venha a ser construído.
O conselheiro tutelar Wagner Adriano de Souza cita um problema social considerado gravíssimo no município, que é a proliferação do crack em praticamente todos os bairros.
- Há a necessidade da construção do Caps I. Obviamente que não será a solução de todos os problemas relacionados a crianças e adolescentes no município, entretanto, pode ser uma ótima ferramenta para auxilio para as famílias que não têm condições de bancar um atendimento particular - afirma.