(LEO QUEIROZ)
Montes Claros desobrigou de vez o uso das máscaras como forma de combate à Covid. Decreto publicado ontem revoga todas as medidas restritivas de prevenção e enfrentamento à doença instituídas por leis municipal e federal no primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia começou.
Com a mudança, até as recomendações que constavam de um decreto publicado há menos de um mês, em 9 abril, deixam de valer. Fica liberado o acesso do público sem máscara ao transporte coletivo; na prestação dos serviços de saúde, bem como nos estabelecimentos da área; em centrais de atendimento telefônico ou similares e em cinemas e teatros. Pessoas que estiverem trabalhando com preparo e distribuição de alimentos, idosos acima de 65 anos e integrantes do grupo de risco também não precisam mais usar o acessório.
Segundo o procurador-geral do município, Otávio Batista Rocha Machado, a decisão de revogar as medidas foi tomada após a União encerrar o período de emergência em saúde devido à Covid. Dados epidemiológicos que identificaram queda acentuada tanto de casos quanto de mortes pela doença na cidade também pesaram na revogação, que atinge ainda a exigência de passaporte vacinal para entrar em determinados ambientes.
De acordo com o decreto, apenas os procedimentos administrativos de apuração e aplicação das penalidades em razão de infrações cometidas até a ontem estão mantidas.
APOSENTADORIA
A revogação da obrigatoriedade do uso de máscaras divide moradores em Montes Claros. Mesmo sem a exigência para que o acessório fique no rosto, muitos afirmam que não vão deixá-lo no fundo da gaveta tão cedo. Desde o início da pandemia, a cidade registrou 73 mil casos de Covid, com 1.062 mortes.
“A doença ainda circula, principalmente em ambientes fechados e locais com muitas pessoas, como banco, supermercado, lojas, lotações, etc. Muitos de nós têm idosos e pessoas com comorbidades em casa e ainda não acho que é hora de baixar a guarda. Quem vê cara não vê Covid”, diz Reinilde Fátima.
Mesma opinião tem Marlene Lima Ferreira. “Eu ainda uso, e o fato de a maioria da população estar vacinada não nos impede de usar a máscara. Temos que nos prevenir”, frisa.
O funcionário de padaria David Dener é outro que se sente mais seguro com a proteção no rosto. “Antes a gente pedia para o cliente usar a máscara, agora não vamos poder mais. Uma pena, porque eles conversam perto da gente e é perigoso”, diz. “Fico um pouco incomodado”.
Para a comerciante Gerlene de Almeida Borém, o uso de máscara “já deu”. “O índice de contaminação está baixo, não vejo mais necessidade”. Mesmo pensamento de Emilly Muniz. A estudante de Odontologia vai dar um tempo nas máscaras, mas não deixar a prevenção de lado: “Acho importante continuar com os hábitos que adquirimos durante a pandemia, como usar álcool gel, higienização das mãos e uso de máscara quando estivermos gripados”.