Samuel Nunes
Repórter
samuelnunes@onorte.net
Os médicos que atendem pelo SUS – Sistema Único de Saúde fazem hoje em todo país uma paralisação de advertência. O vice-presidente do Conselho regional de Medicina, Itagiba de Castro Filho, explica que todo o procedimento eletivo, aquele que não faz parte do atendimento urgência e emergência, estará com as atividades paralisadas no Norte de Minas.
Ele explica que atualmente um médico especialista que atende pelo SUS, recebe R$ 10,00 por consulta, e o não especialista R$ 3,70. – Um médico que trabalha na sala de parto recebe R$ 27, 00, e que faz o parto e pós-parto recebe R$ 207, 00, diz o vice-presidente.
Segundo Itagiba, uma das exigências é o cumprimento da lei nacional que estabelece o piso de R$ 3.841,00 por duas horas de trabalho por dia e de R$ 6.882,00 por quatro horas de jornada diária. Lembra ainda que, com esses valores o profissional da área médica se vê obrigado a trabalhar em vários lugares para manter um padrão de vida estável proporcionando qualidade de vida para a família.
Nos Estados a mobilização consta de uma série de atividades organizadas pelas entidades médicas locais, que vão desde paralisações até debates sobre a precariedade do sistema de saúde e a remuneração dos médicos.
- A categoria está reivindicando um reajuste de 100% do montante destinado aos honorários médicos do SUS, o aumento do piso salarial de R$ 6.963,52 para 20 horas de trabalho e carreira de Estado. Além disso, os médicos requisitam um plano de cargos e salários para os profissionais do Sistema Único de Saúde.
Os médicos reivindicam ainda, um plano de cargos e salários para os profissionais do Sistema Único de Saúde.
PESQUISA
Dados de uma pesquisa do Conselho de Medicina apontam que um médico trabalha de 12 a 14 horas por dia, o que reflete e compromete significativamente no desempenho profissional.
- O protesto se faz necessário, uma vez que as condições de trabalho são desconfortáveis, tendo em vista, a pressão que o médico sofre no seu local de trabalho, como falta de condições para participar de especialização e ausência de condições físicas adequadas para trabalhar em inúmeros lugares, afirma Itagiba.
Para ele, a situação é preocupante, não apenas em Montes Claros, mas, em todo o país. - Faltam recursos e mais investimentos na área da saúde, diz.
