A operação culminou na apreensão de sete armas, sendo várias sem registro, além de munição e equipamentos para fabricar cartuchos. (PCMG/Divulgação)
Na última terça-feira (29), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou uma operação em Montes Claros que culminou na apreensão de sete armas, grande parte sem registro, além de uma significativa quantidade de munição e equipamentos utilizados para fabricação de munições, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na propriedade de um médico aposentado, suspeito de envolvimento em casos de violência doméstica.
Conforme a delegada Karine Maia, responsável pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Montes Claros, a denúncia partiu da própria vítima, uma senhora com mais de 70 anos, que compareceu à delegacia acompanhada de familiares. “Ela relatou décadas de abusos, envolvendo violência física, moral, patrimonial e psicológica”. Além de narrar os constantes atos de intimidação, a vítima descreveu o vasto arsenal do investigado, que, “embora se declare atirador esportivo, mantinha as armas para intimidar a família”, declarou a delegada.
Diante do relato, a delegada explica que o pedido de busca e apreensão foi uma medida prioritária, conforme a Lei Maria da Penha, visando desarmar o agressor para proteger a vítima e seus familiares. A polícia também encontrou uma oficina na residência onde o suspeito armazenava o arsenal.
“Durante o interrogatório, o médico não demonstrou arrependimento, confirmando inclusive que incendiou roupas da vítima e ameaçou repetir o ato”, contou a delegada; que destacou, que o comportamento do investigado agravou o quadro de medo e submissão da vítima, que passou anos temendo retaliações.
O suspeito foi autuado por posse irregular de arma de fogo e teve fiança arbitrada conforme prevê a legislação. Em relação à acusação de violência doméstica, o inquérito segue em andamento na Deam, onde serão apuradas as denúncias e documentados os atos de violência cometidos ao longo dos anos.
“A vítima, apesar de abalada, tem recebido apoio familiar e demonstra sinais de resiliência”, explicou a delegada, que reforça que mulheres em situações semelhantes devem procurar as autoridades, especialmente quando o agressor possui armas. “A Lei Maria da Penha garante o desarmamento do agressor, independentemente de seu porte de arma, independente do cargo que ocupa, assegurando a proteção das vítimas”, ressaltou Maia.
O desdobramento do caso permanece em investigação e, além do processo pela posse irregular de armas, o suspeito responderá judicialmente pelos abusos denunciados.