
A Empresa Municipal de Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito (MCTrans) é novamente pivô de polêmica em Montes Claros. Um vídeo que mostra pessoas, no caminhão da empresa, descartando lixo em um lote vago na comunidade de Antônio Olinto, cerca de 15 km do Centro da cidade, viralizou nas redes sociais e causou revolta na população. Especialmente porque recentemente emissoras de TV mostraram o caso de um carroceiro que teria sido multado em R$ 3,3 mil pela mesma situação.
“E agora, prefeito? Multar o carroceiro foi fácil, quero ver o senhor multar a si mesmo, afinal a MCTrans é subordinada ao senhor”, manifestou o internauta Aurélio Marques.
Já Ivan Siqueira, lembrou: “O presidente da MCTrans é blindado. Qual é o órgão que multa essa empresa?”.
Para Maria Rosely, “uma vez que o presidente da MCTrans já foi apanhado fazendo obras em sua casa usando a máquina pública e não teve punição, jogar lixo é o de menos”.
O vereador Wílton Dias (PHS), um dos primeiros a publicar o vídeo em sua página pessoal, disse à reportagem que não teve nenhum receio em dar publicidade à situação.
“A gente tem que se ater àquilo que é fato. Foi real e, apesar de ser uma empresa terceirizada, acho que a MCTrans deve uma explicação à sociedade”, pontuou.
Wílton disse que imediatamente entrou em contato com o secretário de Meio Ambiente e aguarda um retorno sobre os rumos da situação, já que como parlamentar, se sente na obrigação de fiscalizar as ações do Executivo.
DANO AMBIENTAL
“A agressão ao meio ambiente já aconteceu. Mesmo com a multa, o mal já está feito. Aguardo uma resposta do secretário e vamos cobrá-la”, disse o parlamentar, que não descarta a possibilidade de que o ato tenha acontecido outras vezes. “Quem garante que eles não vinham fazendo isso há mais tempo?”, sugeriu.
O vereador Valcir Soares (PTB) manifestou sua indignação e disse que o assunto entra para o livro de “situações constrangedoras promovidas pela MCTrans sob a gestão de José Wílson Guimarães”.
O ambientalista e vereador Sóter Magno (PP), vice-presidente do Codema, destacou que está em conversação com o secretário de Serviços Urbanos, Vinícius Versiani, para posteriomente se manifestar sobre possíveis penalidades ao órgão gestor de trânsito.
CORRESPONSÁVEL
“Pela lei, primeiro é feita a notificação. Caso vença o prazo e eles não retirem o lixo, serão multados. O procedimento é esse e nós não podemos fugir da lei. Mas, como ambientalista, fico indignado com uma empresa dessa, porque o exemplo começa em casa. A MCTrans é corresponsável pela situação”, afirmou Sóter Magno.
De acordo com o secretário de Serviços Urbanos, a empresa que cometeu a infração e estava a serviço da MCTrans já foi identificada. “O que nos leva ao infrator é a placa do veículo. Nós pegamos o cadastro do proprietário, eles receberam a notificação e estão fazendo a retirada do entulho. Caso eles não retirem, serão multados. O valor da multa é de R$ 3.600. A lei é para todos”, garantiu.
O secretário informou que desde janeiro, quando começou a vigorar a lei “Limpeza Urbana”, foram realizadas 970 autuações na cidade. Destas, 23 foram transformadas em multa. Parte do valor arrecadado com as infrações fica com o Codema e deve ser aplicada em melhorias ambientais. O secretário de Meio Ambiente, Paulo Ribeiro, não foi localizado para falar sobre a situação.
A MCTrans não respondeu aos questionamentos de O NORTE. Está marcada para este sábado, às 9h, na Praça Dr. Carlos, no Centro da cidade, uma manifestação contra a empresa.