Os catadores estão presentes em toda a cidade. Com seus carrinhos lotados de material reciclável, já fazem parte da paisagem urbana e representam um reflexo direto do alto índice de desemprego no Brasil, mas muitos preferem simplesmente fingir que eles não existem.
De acordo com o presidente da Associação dos catadores de papel de Montes Claros, Antônio Souza Silva, a cidade conta atualmente com mais de 500 catadores, contudo, apenas 48 estão filiados à entidade.
SAMUEL NUNES
Tone do Chapéu: se não fosse o trabalho realizado pelos catadores, Montes Claros seria uma cidade ainda mais suja.
- Infelizmente, dos 48 catadores, cerca de oito apenas de forma assídua participam do dia-a-dia da associação - diz.
Tone do Chapéu, como é popularmente conhecido, afirma que, diariamente, juntamente com seus companheiros, recolhe das ruas caixas de papelão, papel usado, latas de refrigerante, fios de cobre e pedaços de alumínio. Ele chama a atenção para a importância dos catadores de papel para a preservação do meio ambiente e afirma que, se não fosse o trabalho realizado por eles, Montes Claros seria uma cidade ainda mais suja.
- Tudo o que para a maioria dos montes-clarenses é considerado lixo, hoje, é a única fonte de renda para mais de 500 catadores de papel existentes na cidade – diz.
Tone do Chapéu afirma que seu mandato à frente da associação termina em dezembro, mas, diante das dificuldades, poderá colocar o cargo à disposição antes do que determina o estatuto.
O catador comemora parcerias firmadas com a Codevasf, Hemominas, aeroporto e Correios.
- Para se ter ideia das dificuldades que estamos enfrentando, alguns proprietários de barzinhos estão juntando latinhas de refrigerantes vazias para vender. Aquilo que é considerado fonte de renda para os catadores de papel não estamos tendo acesso em algumas situações. Faço um apelo para que a sociedade como um todo possa ajudar os catadores, que não têm outro meio de sustentar suas famílias – finaliza Tone do Chapéu.