Luís Alberto Caldeira
Repórter
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- A culpa de o show não ter acontecido não foi minha, foi de terceiros. Pessoas que eu contratei e que não cumpriram o contrato. Abri um processo contra elas e, por enquanto, não posso citar os nomes, em função da minha defesa.
A declaração é de Larissa Oliveira, sócia da Agito eventos, empresa responsável pela (não) realização de show da banda de reggae Maskavo, de Brasília-DF, em Montes Claros, no último dia 06, cancelado de última hora.
Ela recebeu O NORTE na manhã desta segunda-feira, 15, e admite que houve falhas no evento, mas de pessoas que ficaram responsáveis por trabalhos diretamente ligados ao show e que inviabilizaram a sua realização.
- Por enquanto, eu não estou falando tudo porque estou com um processo aberto, que é a minha defesa. O que posso adiantar para o público é que realmente o show ia acontecer, que estava tudo pago. A banda estava no local até o momento em que o show foi cancelado – conta.
SEGURANÇA
- Quando estiver tudo encaminhado, eu vou procurar a imprensa e explicar tudo como aconteceu de verdade, mostrando documentos que já estão comigo. Eu quero mostrá-los, pois para mim não basta só eu ficar sabendo. Eu quero que todo mundo fique sabendo também. Porém, eu ainda tenho que me defender e, por segurança, prefiro não citar nomes. O que eu estou falando hoje é muito pouco pelo que ainda tenho que mostrar. Estou segura para falar até aqui – explica Larrisa.
SUMIÇO
- As pessoas andam dizendo que eu sumi com o dinheiro, que eu não paguei ninguém. Eu tenho aqui comigo todos os recibos dos depósitos da banda, todos os documentos para poder provar o que aconteceu. Eu não me escondi, não estou sumida – relata.
PREJUÍZO
Segundo Larissa, que divide a sociedade de sua agência com o promotor de eventos Reginaldo Araújo, a estrutura montada para receber o show de Maskavo e ainda da banda Seu Istylinga e do DJ Vinny, era inédita na cidade. Ela reconhece a insatisfação do público que não viu a apresentação de nenhuma das atrações da festa, e ressalta que também foi prejudicada:
- Eu não montaria aquilo para poder brincar. Minha agência é séria. Era o show de inauguração. Não deixei de efetuar pagamento a ninguém. Estou, sim, com um prejuízo enorme, porque o fato de o evento não ter acontecido me deixou com uma dívida muito grande, das coisas que eu paguei. Houve falhas, irresponsabilidades, e eu fui a maior prejudicada nessa história.
NOVO SHOW
Independente de quem foi a culpa, pessoas que compareceram ao evento solicitavam, na semana passada, o dinheiro do ingresso de volta, vendido a 20 reais, como a universitária Andréia Pereira, em relato à matéria publicada em ONORTE.NET dia 09 de outubro.
- Deu meia-noite, deu uma hora, deu duas e nada de show... Tinha apenas um som mecânico. Foi quando subiu alguém no palco para dizer que não haveria mais nada, que já estavam desmontando a estrutura. O mínimo que esperava era uma satisfação por parte dos promotores da festa – diz.
De acordo com a promotora do evento, Larissa Oliveira, há a possibilidade de o show ser remarcado, pois a banda Maskavo, maior atração do evento, recebeu o cachê. Entretanto, ela diz que não há previsão para isto acontecer, e pede para que o público que compareceu ao evento guarde as pulseiras distribuídas na entrada, pois serão utilizadas para adquirir um novo ingresso.
- Eu preciso ressarcir o público. As pessoas que têm como provar que estavam no evento vão ter o ingresso. A forma que eu tenho de pagar é remarcando o show. Porém, isso não vai ser um prejuízo que eu vou arcar sozinha.
AMEAÇAS
A sócia da Agito eventos finaliza a entrevista dizendo que voltará a procurar a imprensa para contar todos os detalhes do que afirma ter acontecido, já que, neste momento, gostaria de preservar o sigilo do processo, mantendo mistério sobre tudo que aconteceu até agora.
Larissa, que presta um curso superior na cidade, diz que não vem freqüentando as últimas aulas, mas que quer voltar sua vida à normalidade.
- Infelizmente, as pessoas estão me olhando torto. Estou sofrendo ameaças. Eu tenho muito interesse de prestar esses esclarecimentos porque eu tenho um nome a zelar, eu tenho minha empresa, minha casa, minha faculdade, e eu tenho minha vida que eu tenho que continuar, independente do que aconteceu – conclui.