Marcos Pontes acha que voltará ao espaço: astronauta brasileiro fala sobre a inédita experiência que viveu e sua importância para o futuro do Brasil

Jornal O Norte
Publicado em 07/12/2006 às 10:35.Atualizado em 15/11/2021 às 08:45.

Ticyana Fonseca


Repórter


ticyana@onorte.net



Em visita a Montes Claros ontem, quarta-feira, o primeiro astronauta e cosmonauta brasileiro Marcos César Pontes, falou em coletiva à imprensa, da importância da entrada do Brasil no programa espacial.






Montes Claros foi uma das cidades escolhidas para


palestras do astronauta
(foto: Wilson Medeiros)



Em junho de 1998, ele foi selecionado para experiências junto à NASA, preenchendo vaga que o país tinha direito no programa espacial dos Estados Unidos, pelo fato de integrar o esforço multinacional de construção da Estação Espacial Internacional.



Iniciou o treinamento obrigatório em agosto daquele ano no Johnson Space Center, em Houston. Em dezembro de 2000, ao concluir o curso, foi declarado oficialmente astronauta da NASA.



Com 98 selecionados para representar o país, em Houston, Marcos Pontes foi o segundo de sua turma a ir ao espaço, após um treinamento (que dura de seis meses a um ano) para poder cumprir a missão.



- Construir um foguete ou uma torre demora um ano e meio, construir uma pessoa preparada demora muito tempo – acrescenta.



ENTRE A TERRA E O CÉU



- No espaço você vê tudo, mas na terra tem contato com as pessoas. Há a diferença, a partir do calor humano, dos amigos e familiares. É muito bonito apreciar a terra quando do espaço, mas a energia humana é importante - relata Marco Pontes.



- A primeira visão que eu tive, do espaço, me fez lembrar dos olhos da minha mãe, que são azuis. Quando eu tive aquela visão da terra, era imagem dela que eu via.



OUTRA VIAGEM



- Não temos nada programado, ainda, mas continuo em Houston fazendo vôos para o Brasil. Pode ser que a qualquer hora eu retorne ao espaço. Na primeira vez, a decisão foi anunciada na hora.



BENEFÍCIOS PARA O BRASIL



- Para os que não têm consciência da importância da entrada do Brasil no programa espacial norte-americano, além dos avanços científicos, os recursos que foram investidos no país nesse propósito, geraram emprego, aumentaram a exportação. O Brasil só era reconhecido pelo acidente na base de Alcântara e hoje é conhecido por causa da Missão Centenário. Mas a participação do país ainda é pequena nesse campo.



SOBRE O HOMEM NA LUA E VOAR



- A informação que eu tenho sobre o assunto (da conquista da Lua) é a mesma que a maioria das pessoas tem. Cada astronauta tem sua resposta, uns acreditam e outros não (que o homem pisou na Lua). Quando eu era criança, gostava de ir ao aeroclube, sonhava com a possibilidade de um dia voar. Então, isso já estava no meu subconsciente, essa possibilidade.



INCENTIVO PARA O FUTURO



- Montes Claros está no circuito de visitas nas cidades. Quero conhecer as pessoas, sobretudo os jovens. A missão de incentivar o jovem e conversar com tantos alunos, ela é de suma importância para o futuro do país. Incentivar mais jovens a sonharem e a realizarem o desejo de ser astronauta. O avanço tecnológico é primordial para o desenvolvimento do país que já produz peças para a estação tecnológica.



APOSENTADORIA



- Só pretendo me aposentar dentro de 40 anos. Participo intensamente do programa espacial. Fui transferido para a reserva numa proposta feita pelo comando da Aeronáutica. Assim eu participo mais das coisas.

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