Logotipo O Norte
Domingo,28 de Dezembro

Manifestação em Moc a favor do Velho Chico

Jornal O Norte
Publicado em 10/12/2007 às 11:14.Atualizado em 15/11/2021 às 08:25.

Fabíola Cangussu


Repórter



A praça Dr, Carlos virou palco de conscientização da necessidade de revitalizar o rio São Francisco e dizer não ao projeto federal de transposição. Ontem, 07, movimentos sociais de Montes Claros e região, famílias inteiras e ongs ligadas ao semi-árido solidarizaram com a greve de fome de Dom Luiz Cappio, bispo de Barra, BA.



Carlos Dayrel, mestre em agricologia e desenvolvimento rural, disse que o Norte de Minas está  sentindo a dor de Dom Luiz,  por ele ouvir o clamor dos ribeirinhos. E, lembrou a todos os presentes, que este é um momento crítico, e  precisa que todos se envolvam no debate sobre o  que é melhor para os povos do semi-árido.  Dayrel pediu também, a sensibilidade da mídia e dos políticos, para que participem ajudando a discutir melhores caminhos para o semi-árido.



- Primeiramente a revitalização de todas as bacias, de todos os afluentes do São Francisco. Eliminar todo esgoto jogado nele. Após 20 anos, se necessário, podemos discutir projetos de transposição- afirmou Braulino Caetano Santos, presidente do CAA – Centro de Agricultura Alternativa.



Braulino cobra também o comprometimento dos políticos norte-mineiros. Segundo ele, até hoje, nenhum levantou a bandeira de luta dessa causa. O ministério do meio ambiente está com alguns projetos de revitalização, considerado apenas uma pequena semente.



O articulador em defesa do rio São Francisco, Alexandre Gonçalves falou sobre o projeto de transposição, e disse que o acordo feito em 2005 entre  Dom Luiz e o presidente Lula foi quebrado agora no mês de julho. Obras no eixo norte e leste foram iniciadas, e por causa disso o bispo da Barra retomou seu jejum e suas orações em protesto contra a forma autoritária com que o governo federal impõe a obra de transposição do rio São Francisco, sem um debate democrático sobre a viabilidade da obra.



Pescadores como  Wilson dos Santos, 44, e  Waldir Lima Notato, 45, vieram de Januária participarem desse ato em defesa do rio. Segundo eles o Velho Chico está como um paciente numa C.T.I e, o governo  deseja transformá-lo em  doador de sangue. Os pescadores relembraram o tempo que  podia pescar livremente em águas saudáveis. Neste ano, por causa da poluição e do baixo nível de água, a pesca teve que ser interrompida em outubro, sendo que o período normal seria em novembro.



Alem de panfletagem, debate público e música de protesto o dia foi marcado por caminhada pelas ruas da cidade, e por um abaixo assinado pedindo a revitalização do Velho Chico e a paralisação das obras de transposição. Sonia  Gomes de Oliveira, coordenadora social da Arquidiocese de Montes Claros, informa que na próxima semana, a Casa de Pastoral, juntamente com todas as paróquias estarão recolhendo as assinaturas em prol do Velho Chico.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por