Naíma Rodrigues
Repórter
Moradores do bairro Conferencia Cidade Cristo Rei, região conhecida como Feijão Semeado, se reuniram em uma manifestação em frente ao Fórum de Montes Claros, nesta quarta-feira, com o objetivo de pedir a soltura de João Paulo, Andrei Costa e dos irmãos Wanilson e Renato Moreira de Jesus, que segundo eles, são acusados injustamente pelo assassinato do menor, Renato Desidério, conhecido como Tim.
As mães dos acusados falaram a O Norte, alegando que os filhos estão sendo acusados injustamente, por morarem na favela, pois segundo as famílias, na hora do crime, eles estavam em casa.
O CRIME
De acordo com o advogado, Vicente de Paula, o crime ocorreu no dia 2 de junho, quando quatro homens encapuzados e armados invadiram a casa de Juarez Máximo da Fonseca, efetuando vários disparos.
Renato foi atingido com 11 tiros, Elias Desidério Fonseca foi atingido na perna direita, um menor foi atingido no tórax.
A MANIFESTAÇÃO
- Meu filho é inocente. A polícia prendeu o meu filho sem provas. Tenho testemunhas de que na hora em que o crime foi cometido o meu filho estava em casa. Não existe prova contra o meu filho, ele não tem nenhum antecedente criminal. A polícia o prendeu sem investigar os fatos, ela está punindo inocentes. – afirma Woshiton Shubert, pai do suspeito João Paulo.
- Meus filhos estão presos há sete meses, e eu não os vejo desde então. Ninguém me dá uma satisfação, não existe sofrimento maior que este para uma mãe. Queremos somente justiça, fizeram uma armadilha para eles. O processo ainda não foi julgado, não há nenhuma prova contra os meus filhos, já ultrapassou o prazo de prisão para suspeitos e até agora nada foi resolvido – desabafa Vanice Francisca Moura, mãe dos irmãos Wanilson e Renato Moreira de Jesus.
Edileuza Santana Costa, mãe de Andrei Costa, alega que no dia do assassinato, o seu filho não estava em Montes Claros e, sim, em Porto Seguro, e diz que eles só estão reivindicando por justiça.
AVERIGUAÇÃO
Em matéria anterior, o delegado Giovani Siervi disse a O Norte que as investigações sobre o assassinato de Renato tiveram início no dia 2 de junho de 2006, quando o inquérito foi instaurado, e apontaram os executores, o comprador das armas e o mandante do crime.
- Em menos de uma semana de investigações já tínhamos o nome dos executores do assassinato, pedimos a prisão preventiva dos autores e em uma operação conjunta das polícias civil e militar, conseguimos prender os quatro acusados – observou o delegado.
Ainda na matéria anterior de O Norte, Giovani Siervi disse que o assassinato de Renato foi motivado por vingança da quadrilha de Marquinhos Costela.
- Renato matou o primo de Marquinhos, Tião Macalé, com seis tiros. Segundo informações apuradas pela polícia civil, o menor teria cobrado uma divida de Tião Macalé, provavelmente de venda de drogas, quando foi surpreendido por Tião, que estava armado com uma faca, momento em que Renato sacou o revólver e o matou.
Depois dos fatos registrados acima, os irmãos Tim, Edirceu e Eliseu, foram retirados da cidade por suas famílias que os encaminharam para São Paulo. Ainda segundo a polícia civil, pessoas ligadas à quadrilha informaram em depoimento que - enquanto Marquinhos Costela estivesse vivo Renato e seus dois irmãos não voltariam a Montes Claros, pois estariam mortos.