MONTES CLAROS

Major Prates celebra 60 anos de história

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 26/03/2024 às 19:00.
 (Márcia Vieira)

(Márcia Vieira)

Em 2024, o bairro Major Prates, um dos mais populosos de Montes Claros, com cerca de 28 mil habitantes, completa 60 anos. O chamado “Grande Major Prates” é referência em comércio, prestação de serviços e lazer para aproximadamente 16 bairros no seu entorno, entre eles, Augusta Mota, Canelas II, Chiquinho Guimarães, Morada do Parque, Morada do Sol, São Geraldo e Vargem Grande I e II. O comércio é vivo e pulsante e incluindo uma diversificada oferta de serviços.

Além da variedade de serviços, o bairro tem residentes fiéis desde a sua criação. Uma das mais antigas é a dona Maria José Siqueira, mais conhecida como “Dona Nega”, que veio morar no bairro antes mesmo da sua constituição oficial. Nascida em Guaraciama, chegou a Montes Claros quando o local ainda era uma fazenda. Junto ao marido, João Antônio da Silva, o “João Vaqueiro”, se estabeleceu, formou uma família numerosa, com oito filhos, mais de 40 netos, bisnetos e tataranetos, e ajudou a formatar o que é hoje o Major Prates. “Meu avô foi um dos voluntários na construção da primeira Igreja do Bairro, localizada na praça principal”, conta o neto Wallison Fonseca, figura da mídia. Ali, o patriarca permaneceu até o seu falecimento em 1988. Dona Nega, lúcida e forte, continua residindo na principal Avenida do Bairro, a Francisco Gaetani.
 
LAÇOS
Quem experimenta morar no bairro, dificilmente consegue se mudar. Quando o faz, não vai muito longe, como o feirante Romildo de Jesus Souza, que se mudou do Major Prates para um bairro próximo, onde adquiriu uma propriedade mais espaçosa, mas, continua cultivando amigos e comercializando os produtos no Major Prates.

“Vim da zona rural de Coração de Jesus aos 14 anos. De trabalho aqui são mais de 40 anos. Vendia os produtos em uma rural estacionada no lote da esquina. Com a construção do comércio fomos mudando pro outro lado da rua, até chegar a essa feira grande que é hoje”, relata. 
 
MINICIDADE
O professor Walter Moura chega a barraca de Romildo acompanhando da namorada, a professora Fabiana Carneiro. Todo domingo os dois saem dos bairros São Luiz e Santo Inácio, respectivamente, para fazer compras e passear no Major Prates. “Acaba virando um ponto de encontro dos amigos. Sem contar a variedade de produtos que tem aqui. Acabei de comprar cana para plantar. Ou seja, tem de tudo um pouco no Major”, diz o professor de educação física que revela escolher o bairro também para a realização de eventos com os alunos. Fabiana acrescenta: “Aqui é uma minicidade. É a sensação de que a gente se desloca a uma outra cidade dentro de Montes Claros. O clima hospitaleiro é muito bom”. 

Rosalba Pereira mora na cidade desde criança. Natural da zona rural de Riachão, ela e a mãe, Dona Clemência, elegeram o Major Prates como centro de compras. O motivo é a praticidade aliada à memória afetiva. “Vir a feirinha é recordar minhas origens. É uma fartura, tudo lindo, os produtos são melhores, eu acredito que livres de agrotóxico e tem muita coisa que a gente não encontra em supermercado. Mas se precisar, aqui tem também o supermercado e todo tipo de comércio”, diz Rosalba, que encerra a conversa de frente a banca de José Vidal, outro feirante que está no bairro há bastante tempo e que comercializa entre outros produtos, queijos, doces, frutas, verduras e biscoitos caseiros. 

Davi, como é conhecido, diz que segue uma rotina de trabalho que começa antes das 4h da manhã. Assim que as barracas são montadas, ele começa a arrumar os produtos de maneira visível, para aguçar o olhar e o paladar dos clientes. “Tem aquele pessoal tradicional que chega bem cedo, então tudo tem que estar bem arrumado até 4h30”, diz Davi para quem a feira do Major Prates é indiscutivelmente a melhor da cidade, e, apesar de corrido e cansativo, o trabalho vale a pena. O feirante, entretanto, manda um recado às autoridades sobre pontos que precisam ser melhorados.

“Falta banheiros químicos para nós e para os frequentadores. Quando precisamos, utilizamos os das lojas que emprestam e tem boa vontade conosco, mas os banheiros são necessários”, afirma. 

Dentro das comemorações, aconteceu recentemente na Câmara Municipal uma homenagem a 60 moradores que contribuíram para a construção do bairro. Os moradores do sexagenário Major Prates aguardam agora a festa de aniversário que acontece anualmente desde 2004 e onde se encontram para festejar. Idealizada e realizada pelo jornalista Aurélio Vidal, morador do bairro, ele afirma que a data, bem como as atrações da festa, está sendo definidas.

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