Valéria Borborema
Colaboração para O NORTE
Na data em que comemorou 26 anos de episcopado, o Arcebispo Emérito Dom Geraldo Majela de Castro agradeceu de público o tempo de atuação na Igreja Particular de Montes Claros. Primeiro como Bispo Coadjutor (com direito à sucessão automática) de Dom José Alves Trindade, de 1982 a meados de 1988, e depois na missão de pastor titular, até abril de 2007, quando passou o báculo para Dom José Alberto Moura, seu sucessor, incumbido de continuar o plantio “na lavoura de Deus” existente no Norte de Minas. Durante a Missa, ocorrida na última segunda-feira, 8 de setembro, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, centro da cidade, e concelebrada pelo pároco, Padre Dorival Souza Barreto Júnior, ele sublinhou com traços fortes a Festa da Natividade de Maria, inserida na liturgia daquele dia. Participaram cerca de 200 pessoas, entre parentes, amigos e fiéis de modo geral.
Dom Geraldo Majela lembrou que Maria pertencera à descendência do Rei Davi e “veio cumprir o projeto de salvação de Deus”. Daí sua concepção imaculada, sem o pecado original, para legitimar o destino de ser a mãe do Filho de Deus. “A grandeza de Maria está justamente no fato de ser a mãe de Deus”, explicou o líder religioso ao pontuar que Jesus é “Deus conosco, é a presença de Deus no meio de nós”. “Se Jesus é a salvação, Maria é a aurora da salvação”, ensinou Dom Geraldo Majela, para quem a virgem tem um papel singular nessa intervenção celeste na história da humanidade.
Maria redimiu as mulheres citadas na genealogia de Jesus, especialmente descrita no Evangelho de segunda-feira. “Se elas estavam ali é porque haviam cometido algum erro”, completou para, então, frisar o mistério que deu a Maria condições de erguer o que Eva, conforme relata o livro sagrado de Gênesis, arremessou na escuridão do pecado. “Maria é nossa mãe espiritual e até hoje, lá no céu, ao lado de Cristo, cuida para que perseveremos no caminho de Deus”, observou Dom Geraldo Majela, agora disposto a trazer o chamado de Maria para a vida cotidiana de cada um. “Tudo o que Deus permite que aconteça é para o nosso bem. Quando surgem as dificuldades, percebemos que isso pode servir para nossa salvação, pois tudo coopera para aqueles que têm fé”, concluiu.
VIDA
Dom Geraldo Majela de Castro completou 78 anos há três meses. Filho de Eunápio e Anna Batista de Castro, nasceu em Montes Claros, no dia 24 de junho de 1930, como o primeiro de nove irmãos. Ordenado padre premonstratense no dia 8 de dezembro de 1953, comemora em 2008 55 anos de vida presbiteral. A sagração episcopal ocorreu em 1982, quando foi Bispo Coadjutor de Dom José Alves Trindade. Assumiu a então Diocese de Montes Claros em 1988. Treze anos depois, o Papa João Paulo II criou a Província Eclesiástica de Montes Claros – elevando a então Diocese à condição de Arquidiocese ou Sede Metropolitana – e o elegeu primeiro Arcebispo Metropolitano. Em 18 anos de governo, priorizou a organização estrutural, a missionaridade e o social, além do estímulo ao surgimento de novas vocações sacerdotais, sob o alicerce de forte espiritualidade. Em 2007, passou o cajado a Dom José Alberto Moura.