Iran Ferreira


Repórter


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Fila e muita reclamação nas casas lotéricas de Montes Claros e de todo o país. A mudança no sistema de informática tem provocado demora no atendimento e prejuízo. A informação é de Natalino Gonçalves de Oliveira, o Natal, gerente de uma casa lotérica, localizada no centro da cidade. Segundo ele, o estabelecimento está tendo um prejuízo em torno de 100 a 200 reais por dia.

- Com o novo sistema, estamos tendo um prejuízo de cerca de R$ 200 por dia. Com o pagamento de qualquer conta e de qualquer valor, a casa lotérica recebe em média trinta centavos por cada conta.

Ainda de acordo com Natal, é preciso que medidas sejam tomadas para evitar que o prejuízo seja maior, inviabilizando até mesmo a existência das casas lotéricas.

- As coisas funcionam da seguinte maneira: qualquer conta paga, seja ela de luz, água ou telefone, a empresa recebe dois reais. Já a lotérica recebe em torno de trinta centavos.

Ainda de acordo com Natalino tem o seguro obrigatório que é pago todo o mês.

- O seguro obrigatório funciona da seguinte maneira: ele gira em torno de 400 a 800 reais e só cobre de 17 mil a 20 mil reais. No caso de um assalto de 100 mil reais, por exemplo, a caixa só cobre 20 mil e o restante é a casa lotérica que tem que arranjar – explica indignado Natalino Gonçalves de Oliveira.

SISTEMA DE INFORMATIZAÇÃO

No município, existem 18 casas que prestam este tipo de serviço. Oito delas ainda não implantaram o novo sistema da CEF - Caixa econômica federal. De acordo com Natal, isso contribui mais ainda com o prejuízo.

- Isso é um absurdo. Eu sou obrigado e pagar por este sistema, enquanto as outras lotéricas ainda não aderiram a ele - disse.

Segundo Natal, os lotéricos de Belo Horizonte ainda ontem demonstravam sua indignação programando uma greve na cidade. E, ainda segundo ele, a sua casa lotérica também vai paralisar as atividades.

- Nós queremos mudanças e, se elas não acontecerem, vamos abaixar as portas - afirma.

CARRO FORTE

De acordo com Natal, uma solução para tentar resolver os problemas dos assaltos às casas lotéricas de Montes Claros seria com a colocação de um carro-forte para fazer o transporte dos malotes.

- Em Belo Horizonte tem o carro gratuito. Em cidades com menos habitantes que Montes Claros têm o carro-forte. Só nós é que não temos. Por isso, queremos a disponibilização de uma viatura, para termos mais segurança - pede o gerente.

A reportagem de O Norte tentou durante todo o dia falar com algum responsável da Caixa econômica federal em Montes Claros pelo setor, sem êxito. Ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.