Lojistas criaram entidade para resolver os problemas do Shopping Popular
(fotos márcia vieira)
Lojistas do Shopping Popular Mário Ribeiro, em Montes Claros, clamam, mais uma vez, por intervenções que possam melhor a situação precária do local. Vários problemas na infraestrutura têm afastado clientes do centro comercial.
Com cerca de 280 lojas, o espaço está com instalações danificadas ou interditadas e equipamentos sucateados depositados no estacionamento. Vídeos mostrando as condições do prédio viralizaram nas redes sociais e trouxeram à tona as dificuldades enfrentadas pelos lojistas e críticas dos frequentadores.
A dona de casa B.F. frequenta o shopping popular desde a sua criação e destaca que muitas vezes tem que sair de casa levando a filha. Com os sanitários estragados, passou apuros na sua última ida ao centro de compras.
“Eu faço opção pelo popular porque aqui tem muitas alternativas de acessórios para equipamentos eletrônicos. Com o home-office, utilizei muito os carregadores, fones de ouvido e outros. Quando fui comprar mais equipamentos, deixei pela metade porque a minha filha quis usar o banheiro e não achei conveniente”, conta.
A consumidora diz que o sanitário feminino estava quebrado e não tinha fechadura. “Achei anti-higiênico. Não apenas em pandemia, mas principalmente agora, em que os cuidados têm que ser observados. Mesmo que o banheiro seja público, espero que seja limpo”, lamenta.
PREJUÍZO
“Nossas vendas caíram cerca de 30%. Vendemos produtos que até tiveram aumento durante a pandemia, mas, infelizmente, a falta do elevador faz com que muitos clientes não subam ao terceiro piso. Pessoas com deficiência, principalmente, e outras que não querem pagar taxa de entrega, deixam de comprar conosco”, diz o comerciante C.M., sócio de uma loja de eletrônicos que reclama ainda da ausência de segurança.
“Outros prédios com elevador voltaram a funcionar, então não justifica abrir o shopping e deixar o elevador interditado”, afirma o lojista.
Além disso, ele alerta para o fato de que o restaurante que havia no quarto piso foi fechado e o local acabou servindo de ponto de uso de entorpecentes. “Isso tem trazido insegurança aos frequentadores e lojistas”.
ASSOCIAÇÃO
Para tentar resolver os problemas, a lojista Larissa Durães está presidindo uma associação criada para funcionar como ponte entre lojistas e a diretoria da Prevmoc, responsável pela administração do Shopping Popular.
A primeira reunião aconteceu nesta semana. “Enfim, conseguimos um diálogo e esperamos que sejam solucionados os problemas”, afirma.
O advogado constituído pela associação, Daniel Xavier Brant, relata que desde janeiro a entidade foi pensada, mas há três meses foi finalmente reconhecida juridicamente.
“Os pleitos do Shopping Popular foram recebidos pela diretoria. O principal deles é preparar o prédio para funcionar no final do ano no horário que o comércio todo funciona, até as 22h. Eles sempre encerram às 18h e isso prejudica muito os lojistas. Para essa autorização, é necessário concluir a parte de prevenção e combate a incêndio”, diz o advogado.
Segundo ele, por ser um prédio que pertence à Previdência dos Servidores do Município (Prevmoc), nada pode ser feito sem licitação. “Não nos deram prazo, mas se comprometeram a resolver e colocar o shopping em pleno funcionamento. Foi o início de um diálogo e acreditamos que, a partir de agora, com esse canal de comunicação, vai ficar mais fácil resolver as situações”, pondera.
O presidente da autarquia, Eustáquio Saraiva, disse que uma série de pedidos foi feita e ele está de acordo. “Temos todo interesse em zelar pelo patrimônio. Tem um planejamento para reforma dos banheiros, estamos concluindo o processo de AVCD. A associação é importante, daremos aos lojistas as condições para trabalhar, mas esperamos que a ação seja de ambas as partes. Existem os inadimplentes. Demos prazos. Alguns cumpriram, outros não. Estes, vamos protestar, porque todos os prazos e tentativas de negociação já foram feitas”, disse.