
A Liga Acadêmica Norte-Mineira de Processo Penal e Criminologia (Lapcrim), do curso de Direito da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), coordenada pelo professor Leonardo Lopes e com participação dos professores Elton Dias Xavier e Guilherme Roedel Fernandez Silva, desenvolve o projeto “Traços do Futuro”, que arrecada livros e materiais escolares para adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa no Centro Socioeducativo de Montes Claros.
Segundo a presidente da Lapcrim, Joyce de Lourdes Martins Morais, a iniciativa surgiu após uma visita à unidade, quando foi observada a necessidade de ampliar o acervo da biblioteca. “O principal objetivo é oferecer mais acesso à educação por meio da doação de livros literários, didáticos, de pré-vestibular e materiais escolares”, explica.
O projeto busca colocar em prática princípios de humanização e ressocialização, aproximando a universidade da realidade do sistema socioeducativo. “As visitas técnicas não devem ser apenas para absorver conhecimento. É essencial que os futuros juristas também contribuam com a transformação do ambiente e das pessoas que estão ali”, ressalta Joyce.
A iniciativa parte da noção de letramento como ferramenta de transformação, incentivando os jovens a refletirem sobre suas realidades e a buscarem novas possibilidades de vida. “A leitura pode ser um caminho para a mudança. Já tivemos casos de adolescentes aprovados em universidades públicas após cumprirem a medida, e queremos que essas histórias se tornem cada vez mais comuns”, destaca.
Para colaborar, a comunidade pode doar livros e materiais escolares pelo e-mail lapcrim.unimontes@gmail.com ou pelo Instagram @lapcrim, onde também serão divulgados os pontos físicos de arrecadação.
O advogado e professor de Direito Penal da Unimontes, Leonardo Oliveira Lopes, reforça que projetos como o “Traços do Futuro” são fundamentais para reduzir a reincidência e promover a ressocialização. “O projeto mostra aos adolescentes que a educação oferece novos horizontes e caminhos dignos para ascensão social e econômica, sem recorrer ao crime”, afirma.
Segundo Lopes, muitos participantes se comprometem com as atividades, leituras e resumos, buscando alternativas de vida diferentes das que vinham seguindo. Para ele, a educação não é somente um direito, mas uma ferramenta essencial de reinserção social. “Garantir seu acesso no sistema socioeducativo transforma a vida dos jovens e beneficia toda a sociedade, reduzindo crimes, impactos psicológicos e econômicos e melhorando a qualidade de vida coletiva”, conclui.