
A violência contra as mulheres atinge níveis alarmantes no Brasil, com o Ligue 180, canal oficial do Governo Federal para denúncias, registrando 86.025 casos de janeiro a julho de 2025. O Atlas da Violência 2025 revela que uma mulher é vítima de feminicídio a cada 17 horas no país. Em resposta a essa realidade, o Lions Clube Montes Claros Sertanejo tomará uma iniciativa concreta: protocolará no Tribunal de Justiça de Minas Gerais uma solicitação para a criação de uma Vara da Mulher. A proposta, destinada ao atendimento exclusivo de casos de violência doméstica na cidade, foi encaminhada nesta segunda-feira (18) à juíza Cibele Macedo, diretora do Fórum Gonçalves Chaves, buscando uma resposta efetiva e especializada para combater a violência de gênero.
O tema tem sido debatido ao longo do mês de agosto, na campanha “Agosto Lilás”, inclusive com a presença da delegada Monique Bicalho Moraes. Para a delegada, capacitar as mulheres vítimas de violência doméstica, para não ficarem financeiramente dependentes dos companheiros, é fundamental para quebrar o ciclo da violência. Ela solicitou ao Lions que desenvolva um projeto que contemple não somente a capacitação, mas auxilie as mulheres na inserção no mercado de trabalho.
Para a presidente do Lions Sertanejo, Raquel Muniz, a campanha Agosto Lilás promove não apenas a conscientização sobre a violência contra a mulher, mas, sobretudo, busca, através do debate, encontrar caminhos e ações que permitam mudar os números. Realizada anualmente em alusão à Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, a campanha tem também como objetivo informar, proteger e mobilizar a sociedade para denunciar casos e garantir os direitos das mulheres. Muniz adiantou que a entidade estuda a implantação de programas de capacitação profissional para apoiar as vítimas na reconstrução de suas vidas.
O presidente da Associação de Proteção e Apoio aos Condenados (APAC) de Montes Claros, Antônio Augusto Coelho Tavares, aproveitou o encontro para reivindicar a criação de uma unidade feminina da APAC na cidade. Segundo ele, a ala feminina do Presídio Alvorada está superlotada, com mais de 200 detentas em um espaço projetado para apenas 70.
