Samuel Nunes
Repórter
Apesar da lei municipal 4.162, de 29 de outubro de 2009, proibir o uso de capacete, gorro e máscara em postos de combustíveis, o diretor regional da Federação Nacional dos Empregados em Postos de Combustíveis e Derivados de Petróleo-regional norte, Hozano Felix da Silva, diz que são recorrentes os assaltos nestes estabelecimentos em Montes Claros.
Segundo o sindicalista, os empresários do setor não têm divulgado na área física dos postos a lei, um dos motivos pelos quais ela não vem sendo aplicada.
- Já verificamos praticamente todos os postos de gasolina da cidade e, infelizmente, não tem cartaz, placas ou qualquer outra informação dando publicidade a esta lei e à importância do seu cumprimento – afirma.
Hozano Felix diz que em torno de 10 assaltos a postos de combustíveis acontecem por semana deixando os trabalhadores em constante estado de alerta.
Segundo o sindicalista, a entidade tem recebido várias denúncias de que quando o estabelecimento é assaltado as empresas descontam o valor do assalto na folha de vencimento do trabalhador.
- Se esta prática se confirmar, vamos encaminhar denúncia à organização internacional do trabalho. Se o trabalhador está sofrendo esse tipo de irregularidade, tomaremos as providências cabíveis - promete.
Hozano lembra ser primordial que os donos de postos de combustíveis façam seguro contra roubo, uma vez que o trabalhador não pode ser responsabilizado por este delito. Segundo ele, vários frentistas não querem optar mais por trabalhar a noite, em virtude dos assaltos. Observa que, ao ser assaltado, há, naturalmente, o abalo emocional do trabalhador o que faz com que ele se sinta temeroso em trabalhar na parte da noite nos postos de combustíveis.
CAPACETE
A reportagem percorreu na manhã de ontem alguns postos de combustíveis e a sensação dos frentistas é de impotência diante de uma realidade vivenciada e que se tornou prática comum na cidade, que são os constantes assaltos em postos de combustíveis. Cleuber Pereira Barbosa, frentista, revela que, geralmente, em se tratando da retirada de capacetes pelos motociclistas para abastecer é uma prática inexistente na maioria dos casos. Ele frisa que, à noite, é quando geralmente acontecem os assaltos.
- Durante o dia, trabalhamos de forma mais tranquila, até porque o movimento é maior. No entanto, à noite que o movimento diminui, ficamos com receio.
Edvaldo Vieira afirma que a lei municipal que proíbe uso de capacete, gorro e máscara no interior nos postos, na prática, não existe. Segundo ele, a maioria dos motociclistas não retira o capacete, o que evidencia e comprova a ineficácia da referida lei.
José Edmilson Rodrigues, também frentista, lembra que falta divulgação da referida lei, e que muitos desconhecem esta medida. Entende que esta lei é difícil de ser cumprida também pela falta de conscientização das pessoas em não retirar o capacete.
- Logicamente que não podemos generalizar. Agora, quem de fato tira o capacete é gente do bem, quem não tira ou são pessoas mal intencionadas ou porque se sentem incomodas em retirá-lo.