Samuel Nunes


Repórter

Depois de uma longa espera, familiares do menino Sidney Junio, assassinado no dia 7 de junho de 2007, comemoram pela data do julgamento de Francisco dos Reis Almeida Simões, réu confesso de ter matado a criança, ter sido marcada para a próxima terça-feira, 22.

Arquivo/Wilson Medeiros





Simone Pacheco ao lado, de Sidney Souza Dias: - A condenação acalenta um pouco nossos corações

Na manhã de sexta-feira, O Norte ouviu a tia do garoto Sidney, Simone Pacheco, que sempre tomou a frente, em nome da família, no sentido de cobrar das autoridades constituídas que o julgamento fosse marcado.

Simone falou à reportagem sobre a expectativa em relação ao julgamento e como vivem os pais do menino Sidney, que se estivesse vivo completaria no próximo dia 31 de março, 14 anos de idade.


 

Depois de três anos e meio da morte de Sidney Junio, qual o sentimento da família com o julgamento do réu confesso?

O sentimento é de alívio. Violência se combate com justiça. Sabemos que mesmo o indivíduo sendo condenado, infelizmente não teremos nosso menino Sidney de volta, mas a condenação acalenta um pouco nossos corações.

Como e onde vivem os pais de Sidney Junio hoje?

Desde que aconteceu esta fatalidade, eles mudaram para a cidade de Bocaiuva. Assim como todos da família, tentam levar uma vida normal, mesmo porque tem o irmão de Sidney que precisa muito do nosso carinho e da nossa atenção. No mais, convivemos com a saudade, que é inevitável.

O que mudou para a família depois da morte do garoto?

Foi como tivesse tirado um pedacinho de cada um da família. A saudade é demais, a falta nem se fala. Mas o que nos conforta é saber que ele está num lugar maravilhoso, ao lado do nosso Pai celestial. É um anjo. É muito difícil falar.

Passados estes anos, é possível perdoar o assassino?

Vou fazer um trocadilho com você, Samuel: E se fosse seu filho, você perdoaria?

A dor pela morte de Sidney é mais forte em alguma data especial?

Sempre lembramos dele com muita saudade. Mas em algumas datas é diferente, quando reunimos toda a família, sempre sentimos que falta alguém, como no Natal, dia das crianças, quando ele ficava na expectativa do presente. Sentimento semelhante ao do dia do seu aniversário. Se ele estivesse vivo, completaria 14 anos no próximo dia 31 de março.

Se você tivesse a oportunidade de ter um encontro, uma conversa, mesmo que por alguns minutos, com o réu confesso, o que diria a ele?

Nunca pensamos nisso. A única vez que encontrei o indivíduo foi numa audiência de instrução no fórum, e não me deixou nenhuma saudade.

Existe alguma mobilização por parte de familiares e amigos para o dia do julgamento?

Reunirei alguns amigos e familiares para vermos o que faremos. Mas, até então, convido a todos que queiram participar conosco desta última fase a comparecerem ao fórum Gonçalves Chaves no dia do júri popular, 22 de março, terça-feira, às 8h30. Qualquer cidadão poderá assistir ao júri.

Qual a expectativa para o julgamento?

- Graças a Deus, temos as melhores expectativas. Confiamos na justiça divina e sabemos que a justiça dos homens também será feita. É chegado o momento para que todos nós, cidadãos do bem, e defensores dos valores da família e da moral, lutarmos incessantemente para que atrocidades como estas não venham a ocorrer novamente. Não podemos mais nos acomodar e fingir que foi apenas mais um homicídio. Precisamos de uma cidade mais segura. Os crimes estão nos comprometendo como nação. A violência está tirando nossa alegria de viver, invade nossas casas, rouba nossos entes queridos e deixa marcas profundas em nossa existência. A ausência do nosso querido menino é insuperável e ele insubstituível. Mas, apesar da ausência física, tenho certeza que ele sempre estará presente num cantinho especial em nossos corações. Aproveito para agradecer a todas as manifestações de carinho e solidariedade recebidas. Que Deus abençoe a todos.