Samuel Nunes
Repórter
No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho. No bairro João Botelho, o poema é diferente. Por toda a rua J, há buracos, há buracos por toda a rua J.
O morador Otacílio Gonçalves dos Anjos, aposentado, afirma que, diante das condições da via pública, está difícil até mesmo retirar o carro da garagem.
Fotos: Samuel Nunes
Otacílio Gonçalves dos Anjos diz que está difícil até para tirar o carro da garagem
- Esta é a pior rua de Montes Claros. Se tivesse um concurso da mais feia da cidade, certamente esta ficaria em primeiro lugar - ironiza.
O aposentado revela que paga todos os anos em dia seu IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano, entretanto, não vê nenhuma contrapartida por parte do poder público municipal no quesito melhoria urbana no bairro João Botelho, especialmente na rua J, onde mora.
Otacílio lembra que nem mesmo o caminhão do lixo passa por esta via pública diante da precariedade do asfalto. Salienta que muitos afirmam que Montes Claros não têm cachoeira, mas ele brinca com a situação vivenciada por ele e pelos outros moradores de que quando chove, cachoeiras se formam pela sua rua.
A também aposentada Irene Leal observa que a rua J é o retrato do caos em que se encontra Montes Claros, toda esburacada. Salienta que, quando chove, o asfalto se vai como um papel, demonstrando sua fragilidade.
- Bastam algumas nuvens no céu para que o asfalto comece a abrir - brinca.
MATAGAL
Luiz Guilherme Alves, fisioterapeuta, também reclama das condições em que se encontra a referida via pública. No entendimento dele e da esposa, Samantha Barbosa, do lar, é necessário não tapar os buracos, que, para eles, é paliativo, mas sim trocar todo o asfalto da rua J. Segundo o casal, todos os anos é a mesma coisa, reclamação concernente a este logradouro e o matagal ao entorno do parque João Botelho, que também se encontra abandonado.
Luiz Guilherme Alves alerta que remendo no asfalto não resolve
Os dois afirmam que, diariamente, é considerável o número de quem utiliza os arredores do parque para a prática da caminhada, mas estes se veem desamparados pela sujeira presente no local e mato ao entorno.
- Em relação à rua J, tapa-buraco não resolve em definitivo o nosso problema. A solução é trocar toda a malha asfáltica desta rua, que está totalmente abandonada, o que é triste - lamenta.
O comerciante Cesário Durães afirma que não consegue encontrar palavras para definir a situação da rua J, onde reside há anos. Lembra que, devido à quantidade de buracos, moradores com recursos do próprio bolso e desprendendo parte do tempo de cada um tapou alguns buracos, mas esta medida não resolve o problema, uma vez que, segundo ele, a enxurrada da chuva destrói tudo que encontra pela frente dada a força da correnteza.
Cesário Durães: - Que o prefeito possa ter um olhar de misericórdia para a rua J
Ele aproveitou a presença da reportagem no local e fez um apelo para a administração municipal:
- Que o prefeito possa ter um olhar de misericórdia para a rua J, pois da forma que esta se encontra não tem mais condições de passar nem pedestre - desabafa.
RETORNO DA PREFEITURA
A reportagem levou ao conhecimento do secretário municipal de Serviços Urbanos, João Ferro, no início desta semana, as reclamações dos moradores pertinentes às condições em que se encontram algumas ruas da cidade onde buracos têm tomado conta. De acordo com ele, assim que passar o período chuvoso, providências serão tomadas com o envio de uma equipe para realizar o serviço de tapa-buracos nas vias. No entanto, passados quase uma semana, sem chuva, pelo menos na rua J, bairro João Botelho, a situação só piora a cada dia.