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Inquérito indica que filho planejou assassinato do pai

Empresário de 49 anos foi morto com tiros no tórax pelo próprio filho, de 29 anos, em Montes Claros

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 11/04/2025 às 19:00.
A delegada Francielle Drumond, encarregada do caso, afirmou que as evidências indicam que o crime foi planejado antecipadamente (Larissa Durães)
A delegada Francielle Drumond, encarregada do caso, afirmou que as evidências indicam que o crime foi planejado antecipadamente (Larissa Durães)

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre o homicídio ocorrido em Montes Claros na noite de 31 de março de 2025. O empresário Wallas Rodrigues, 49 anos, foi morto com tiros no tórax na Avenida Deputado Esteves Rodrigues. O autor do disparo foi seu filho, Bruno Gonçalves de Souza, 29 anos. Bruno foi preso em flagrante horas após o crime em um hotel na BR-135, na direção de Belo Horizonte. Se condenado, ele pode receber pena de até 30 anos de prisão.

O autor foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante emboscada e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. O inquérito foi encaminhado à Justiça e aguarda decisão do Ministério Público sobre o oferecimento da denúncia. Bruno Gonçalves de Souza segue preso preventivamente e à disposição do sistema prisional. Ele possui uma única passagem anterior pela polícia, por posse ilegal de arma de fogo.

Segundo a delegada Francielle Drumond, responsável pelo caso, os indícios colhidos ao longo das investigações apontam para a premeditação do crime. “Foi apurado que pai e filho estavam em um estabelecimento comercial, sentados em mesas separadas e distantes entre si. Em determinado momento, o filho deixou o local e se posicionou na rua lateral do comércio, escondendo-se atrás de um veículo em uma emboscada. Quando o pai saiu e se dirigiu ao carro para ir embora, foi surpreendido com vários disparos de arma de fogo”, relatou.

Durante a apuração, a Polícia Civil analisou imagens de câmeras de segurança, ouviu testemunhas e elaborou laudos periciais. “De acordo com as investigações, o autor teria chegado ao estabelecimento comercial armado por volta das 17h30, antes mesmo da abertura do local. Ele aguardou o bar abrir e permaneceu ali até cerca das 18h, quando o pai chegou acompanhado da companheira. Em determinado momento, o pai permaneceu no estabelecimento, enquanto o autor deixou o local, posicionando-se em uma emboscada à espera da vítima. Assim que o pai saiu em direção ao veículo, o autor efetuou os disparos. Para a Polícia Civil, a dinâmica registrada pelas imagens de segurança reforça a forte possibilidade de que o crime tenha sido premeditado”, afirmou a delegada.

O laudo de necropsia indicou como causa da morte uma anemia aguda hemorrágica provocada pelos disparos. A motivação do crime, segundo a polícia, estaria relacionada a desentendimentos familiares e empresariais. “A motivação — ainda que reprovável — estaria relacionada a um desentendimento entre pai e filho após o fechamento de uma empresa da qual ambos eram sócios. A empresa foi encerrada há cerca de um ano, e desde então os dois não mantinham mais contato”, explicou Drumond.

Mesmo tendo optado por permanecer em silêncio durante os depoimentos à Polícia Civil, Bruno foi citado em diversas comunicações formais como alguém que culpava o pai por prejuízos financeiros e por sua situação econômica atual. “Ele acreditava que o pai, proprietário de uma fornecedora de plástico cru, repassava quantidades menores da matéria-prima do que o acordado”, relata a delegada.

Uma informação ainda em apuração aponta que a arma utilizada no crime teria sido, supostamente, dada ao autor pelo próprio pai, mas somente uma testemunha trouxe essa versão, sem comprovações adicionais até o momento.

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