Anny Muriel
Repórter
Um dos reflexos da greve do HU é o grande número pacientes no Alpheu de Quadros, onde, por este motivo, o congestionamento é inevitável, causando desconforto e impaciência nos usuários. Além disso, o hospital Alpheu de Quadros recebe também demanda de postos de saúde onde o atendimento à população é ineficiente.
- Desde as 8h da manhã, eu vim tentar uma consulta. Já são 2h da tarde e nem minha ficha ainda fizeram. Estou aguardando porque o jeito é esperar mesmo. No posto de saúde do bairro, onde é o certo procurar primeiro, nem adianta. Nunca tem médico nem um clínico. E eu ainda procurei por atendimento lá, mas sem sucesso - diz a professora Luzia Corrêa Castro, moradora do bairro Delfino Magalhães.
Ela está com problemas na bexiga e, segundo disse, não estava podendo ingerir nem mesmo água.
A situação piorou quando o enfermeiro do local informou que haveria uma demora ainda maior no atendimento para os adultos, porque havia três casos graves de enfermeiros em estado grave sob observação do médico. Os pacientes começaram a questionar, mas não teve outra saída a não ser aguardar.
Suimara Leite dos Santos levou seu sobrinho Jhonata Cardoso dos Santos, de 1 ano e 8 meses, para consultar com um pediatra. Jhonata estava com dengue e há uma semana apresentava uma forte gripe e diarreia. Suimara chegou ao hospital por volta das 12h30 e às 14h havia recebido atendimento.
Suimara disse que levou o sobrinho direto para o hospital, ao invés de procurar o posto, porque ele estava com dengue e no Alpheu o atendimento é mais fácil e rápido, uma vez que os casos de dengue são tratados no local para fazer a sorologia.
Dona Fernanda Silva, de 73 anos, também foi ao hospital à procura de uma consulta. Ela apresentava dores no peito. A filha dela disse que, como moram no Bairro Alto da Boa Vista, acharam mais fácil se deslocar para o Alpheu de Quadros, que era mais próximo.
Dona Fernanda chegou ao hospital às 14h e, assim como os demais, aguardava para ser atendida.
De acordo com o gerente do hospital, Rodrigo Passos, a maioria dos casos é de pessoas desidratadas, principalmente crianças, devido ao calor intenso na cidade.
- Elas tomam soro endovenoso, que age mais rápido na corrente sanguínea, reidratando o indivíduo - afirma.
O gerente alerta ainda quanto ao perigo da automedicação.
- Mesmo com a demora no atendimento, devido à superlotação, não é recomendável o paciente se automedicar, uma vez que, sem saber qual o real problema, quando o paciente se automedica a situação tende a piorar, pois um erro na medicação acarreta diversos outros problemas e agrava o estado de saúde da pessoa - afirma o gerente, recomendando que o ideal é procurar o centro de saúde mais próximo do bairro.