
O incêndio em um ônibus do transporte coletivo, na última sexta-feira (6), no centro de Montes Claros, deixou usuários apreensivos quanto à segurança do serviço. O Corpo de Bombeiros informou que todos os passageiros foram retirados em segurança pelo motorista e não houve vítimas. Para conter as chamas, foram usados cerca de 4,1 mil litros de água em uma operação que durou aproximadamente 60 minutos.
A diarista Emília de Jesus conta que viu as imagens da ocorrência e se assustou. “Não me sinto segura, mas usar o transporte coletivo é a minha única opção. As distâncias são longas e para chegar ao trabalho não consigo ir a pé”, diz. Nas redes sociais, os comentários sobre a precariedade dos veículos e a ausência de fiscalização da prefeitura são recorrentes. Para a advogada Flávia Guimarães, é um fato lamentável ocorrido por falhas na prestação de serviço público. “As concessionárias devem ser acionadas a indenizar os prejuízos e prestar esclarecimentos à população, que certamente se sente insegura nesse momento”. Aline Almeida considera que “ônibus estão sucateados, todos os dias tem ônibus quebrados pelas ruas e eu mesma já passei por situação em que o ônibus quebrou e parecia que ia pegar fogo”. E Mary Silva complementa que “os veículos estão velhos e sem manutenção. Tem carros que estão amarrados com arame. É muita falta de respeito com a população”.
Após o episódio um vereador gravou um vídeo dizendo que a MocBus, consórcio que opera o serviço, estaria dificultando a compra de veículos pela prefeitura de Montes Claros, que há cerca de um mês pleiteou na Câmara Municipal a autorização para a compra de 60 veículos elétricos para substituição da frota. O ponto polêmico é que o dinheiro sairá dos cofres municipais, mesmo diante de um contrato com a MocBus que já previa a renovação da frota.
Procurado, o consórcio negou a acusação do vereador. “Estamos testando os modelos disponíveis para posteriormente o município adquirir os 60 veículos elétricos”, disse João Neto, gestor da MocBus. Em relação ao ônibus incendiado, o consórcio disse que a substituição do veículo foi imediata, o veículo incendiado tem seguro e a operação segue normalmente. Em nota, a empresa informou que “infelizmente houve essa ocorrência de incêndio em um dos nossos veículos, o que nos tranquiliza é que não houve vítimas e os prejuízos causados nos arredores serão cobertos pelo seguro”. João Neto afirmou ainda que um pronunciamento mais detalhado sobre o ocorrido virá posteriormente, mas para isso é preciso aguardar a conclusão da perícia.
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura informou que o incêndio está sendo apurado pela concessionária. O município destacou que “o caso é inédito e reforça a necessidade de investigação. Paralelamente, segue em andamento o processo de modernização da frota, com a previsão de substituir gradualmente os veículos por modelos mais modernos e sustentáveis, incluindo ônibus elétricos”.