O número de consumidores com registro de débito em Montes Claros cresceu 4,38% em dezembro de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior. O levantamento é da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O aumento da inadimplência mostra que as festas de fim de ano, período que tradicionalmente movimenta o comércio e aquece a economia, também pode ser sinônimo de dor de cabeça para quem vive de vendas.
As estatísticas em Montes Claros seguem a linha nacional. De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o país encerrou 2018 com um crescimento de 4,41% na inadimplência, a maior elevação desde 2012, quando foi 6,8%.
ORGANIZAÇÃO
Ficar com o nome “sujo” faz o consumidor perder o poder de compra no mercado. E começar o ano sem crédito pode dificultar a vida de muita gente.
De acordo com o economista Aroldo Rodrigues, o primeiro passo para organizar a situação financeira é parar de obter novas dívidas.
“É preciso também conhecer a dívida e ter a real certeza do tamanho dela. A pessoa pode pensar que é um valor, mas, com juros sobre juros, no fim chegar a um montante que não imagina”.
Ainda de acordo com o economista, as grande empresas têm hoje canais para renegociação de dívidas.
Ele alerta ainda que na renegociação a parcela deve ficar entre 10% e 20% do salário do devedor, para que ele consiga pagar.
Depois de negociar, é preciso manter o controle. “É necessário se policiar para não entrar novamente na dívida. É um ciclo vicioso, alimentado pelo consumismo”, completa.
QUEM VENDE
A CDL alerta ainda sobre alguns cuidados que os comerciantes devem ter para lidar com clientes inadimplentes, como elaborar uma ficha cadastral completa com comprovante de endereço e renda, referências comerciais e telefones para contato.
O órgão também orienta as empresas a se precaver e não abrir crédito para terceiro em nome de outro consumidor, sem autorização expressa, além de consultar sempre o Score, realizado por empresas especializadas e que mede qual a chance de determinado perfil de consumidor pagar as contas em dia nos próximos 12 meses.
Empresários aderem às trocas
Empresários de Montes Claros contam com a ajuda da tecnologia para trocar serviços e produtos entre si. Hoje, pelo menos quatro plataformas facilitam esse processo, oferecendo o serviço de permuta na região.
A vantagem é que o “pagamento” é feito com produtos ou prestação de serviço, evitando que o empresário tenha que usar dinheiro.
Basicamente, as plataformas utilizam moedas virtuais nas transações. Assim, quem vende uma caneta tem o valor dela convertido para a compra de qualquer outro serviço ou produto do mesmo grupo de participantes.
O empresário Guilherme Quaresma está à frente de uma plataforma de permutas na cidade. Para ele, atrai os comerciantes a possibilidade de negociar sem colocar a mão no bolso. “Você pode, por exemplo, prestar um serviço e, por meio de trocas, receber em produtos que necessita. Todos saem ganhando”, disse.
Dono de uma empresa de instalação de energia solar fotovoltaica, Guilherme Guimarães usa a plataforma de permutas há um ano. Ele conta que já fez mais de 180 transações, num valor estimado de R$ 300 mil. “Essas plataformas são os novos portais de negócios”, diz.