Anny Muriel
Repórter
Ainda é muito grande a demanda por doações de medula óssea, mas, muitas pessoas sequer sabem a importância do procedimento. A medula óssea é encontrada no interior dos ossos e é popularmente conhecida como tutano. Ela produz os componentes do sangue, incluindo as hemácias, que são responsáveis pelo transporte do oxigênio na circulação; os leucócitos, agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo; e as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue, conforme explica a responsável pela captação e cadastro de doadores Rosana da Silva.
Valmir Simões de Oliveira, de Taiobeiras, veio a Montes Claros para doar sangue. Na ocasião, os profissionais do hemocentro de Montes de Claros falaram sobre a importância de ser um doador de medula óssea, o que o motivou a se cadastrar e fazer o transplante e a doação para uma criança de oito anos do Rio Grande do Sul.
- Eu realmente me sinto mais feliz hoje, em saber que contribuí para salvar a vida de uma criança que nem conheço, mas que, com certeza, com o transplante de minha medula, pôde sobreviver. É muito gratificante fazer o bem sem olhar a quem, afinal, somos todos humanos - afirma o doador, que já incentivou vários amigos a seguirem seu exemplo.
Rosana da Silva explica como é feito o cadastramento dos doadores de medula óssea.
- Todo hemocentro brasileiro tem apenas o procedimento de fazer o cadastramento de candidatos a doação de medula óssea no Inca - Instituto nacional do câncer, junto ao Redome - Registro de doadores de medula óssea, mediante o preenchimento de documentos específicos e coleta de uma amostra de sangue para fazer um exame de histocompatibilidade. Ou seja, se o candidato for compatível com alguém que aguarda a doação de medula óssea, também já cadastrado no Inca, junto ao Rereme - Registro de receptores de medula óssea, o hemocentro também será responsável pela coleta de uma segunda amostra confirmatória. Finalizada essa etapa, termina o trabalho do hemocentro e o candidato fica por conta do Inca para ser convocado para os procedimentos necessários para o transplante – afirma a responsável pela captação e cadastro de doadores.
O técnico administrativo Artur Fernandes de Souza Filho, 30 anos, também realizou este ato de solidariedade. Há um ano, ele fez o transplante de sua medula óssea, que foi doada para uma criança no estado de São Paulo.
- É de suma importância estar sempre promovendo campanhas de incentivo, porque, muitas vezes, as pessoas não têm conhecimento sobre o assunto. Eu mesmo só fiquei sabendo após doar sangue, quando os profissionais do hemocentro me convidaram para ter conhecimento sobre este assunto. Hoje, sempre comento com as pessoas, para que façam o cadastro no hemocentro - afirma Artur Fernandes.
Para ser doador, é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, apresentar boa saúde e não ser portador de doenças infecciosas ou hematológicas. Segundo Rosana, os riscos para os doadores são praticamente inexistentes, pois apenas 10% da medula óssea é retirada e, dentro de poucas semanas, a quantidade de medula doada é recomposta pelo organismo.
- Todos aqueles pacientes com produção anormal de células sanguíneas, geralmente causada por algum tipo de câncer no sangue, como leucemia, necessitam de transplante de medula óssea - explica Rosana da Silva.
Há uma série de atividades específicas desenvolvidas pelo hemocentro regional de Montes Claros para incentivar o cidadão do município e do Norte de Minas a ser um doador de medula óssea, entre elas a conscientização permanente dos doadores que entram diariamente no hemocentro, através de palestra de sensibilização com oferecimento do cadastramento de doação.
O Hemocentro funciona às segundas-feiras, das 8h às 12h e de 14h às 18h; terças e sextas-feiras, das 7h às 18h. Os telefones para informações são (38) 3218 -7813 e 3218 -7814.