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Quarta-Feira,27 de Agosto

Guarda Mirim corre o risco de fechar as portas: Entidade está com aluguel vencido há sete meses e sem o apoio da prefeitura, que cedia funcionários para seu funcionamento

Jornal O Norte
Publicado em 01/04/2011 às 09:44.Atualizado em 15/11/2021 às 17:25.

Samuel Nunes


Repórter



Depois de 19 anos de serviços prestados à sociedade, a Guarda Mirim, em Montes Claros, corre o risco de ser fechada, tendo em vista os graves problemas financeiros enfrentados pela entidade, que já atendeu mais de 900 jovens e disponibiliza para adolescentes e jovens entre 14 e 18 anos ensinamentos sobre religião, moral e cívica, família e escola.



É o que disse a O Norte, na manhã de ontem, o presidente da Associação dos ex-guardas mirins, João Paulo Souto. Ele revela que desde janeiro de 2011, os problemas só têm aumentado como, por exemplo, aluguel da sede vencido há pelo menos sete meses e a falta de funcionários, até então, cedidos pela prefeitura, como professores e pessoal da limpeza.



Alerta que, a qualquer momento a Guarda Mirim poderá receber ordem de despejo, uma vez que o proprietário do prédio move uma ação judicial em virtude do aluguel que está vencido.



Atualmente trabalhando em uma distribuidora de bebida no município, João Paulo Souto não tem dúvidas de que o fato de estar no mercado de trabalho se deve aos valores que aprendeu enquanto era guarda mirim no período de 2007 a 2009.



- Diante da situação, que classifico como caótica e lamentável, é importante lembrar que a Guarda Mirim já dispensou 26 alunos que estavam em formação. Em decorrência deste fato, a entidade já não recebe mais nenhum adolescente em razão do descaso da prefeitura que enfrentamos desde o início desta gestão - observa.    



João Paulo Souto acredita que, com um possível fechamento da Guarda Mirim, várias famílias podem ficar prejudicadas e inúmeros jovens não terão a oportunidade de entrar para o mercado de trabalho. Faz um apelo para que as autoridades constituídas do município possam acordar para a realidade vivenciada pela entidade onde os próprios pais de crianças assistidas e ex-guardas mirins têm trabalhado como voluntários para que esta entidade não feche as portas.






VOLUNTÁRIA



Mary Carine Vieira Costa é uma das voluntárias da Guarda Mirim. Ela reforça a necessidade de esta entidade receber apoio do poder público municipal. Segundo ela, a situação chegou ao ponto de que, se as autoridades, classe política e empresarial não se unirem, a Guarda Mirim poderá encerrar, de forma triste, suas atividades.



Samuel Nunes


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Mary Carine diz que o fechamento da Gurada Mirim representa a perda de um valoroso instrumento na formação moral e social de jovens e adolescentes



- Trabalho há cerca de 15 anos como voluntária da Guarda Mirim. Vi crianças e adolescentes crescerem no aspecto moral e social devido os ensinamentos passados durante os anos que lá estiveram. Com estes ensinamentos, eles já chegam prontos para o trabalho. É lamentável a situação da Guarda Mirim de Montes Claros e, se a sociedade não se mobilizar, vamos perder um valoroso instrumento na formação moral e social de jovens e adolescentes - alerta. 



A reportagem tentou, durante todo o dia de ontem, contato com fundadora e diretora da Guarda Mirim, a delegada aposentada Maria Neusa Rodrigues, para também falar sobre as dificuldades enfrentadas pela entidade. Entretanto, até o fechamento desta edição, não obteve êxito.


 

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