Samuel Nunes
Repórter
Servidores da saúde da Unimontes decretaram greve por tempo indeterminado e realizaram na manhã de ontem, 10, uma passeata pelas principais ruas do Centro. De acordo com Isael Soares, delegado sindical e servidor administrativo, entre 250 e 300 servidores aderiram ao movimento grevista que abrange servidores do hospital Universitário, Policlínica da Famed, Escola Técnica e campus Universitário que estão insatisfeitos com a situação de abandono por parte do governo do estado.
Servidores com bandeirolas e faixas manifestaram
pelas principais ruas do centro
(fotos: XU MEDEIROS)
Lembra que a categoria não tem reajuste salarial há mais de 11 anos, reivindica a atualização do valor do vale-transporte e do vale-alimentação da Policlínica da Famed, Escola Técnica e campus Universitário.
- A insalubridade está abaixo dos valores legais, queremos também aprovação urgente da carreira proposta pelo governo. É devido a esta realidade, que nós estamos pedindo o apoio e a compreensão de toda a comunidade para a nossa luta, que afinal, é uma luta de todos em busca da saúde pública universal de qualidade.
AUMENTO
Isael explica que o governo concedeu apenas 8% de aumento para os servidores, entretanto, os servidores reivindicam 60%. Afirma categoricamente que se porventura não forem atendidos a greve continua por tempo indeterminado.
Sobre servidores do hospital ele conta que apenas 30% da capacidade do hospital funcionam no momento, que é o que a legislação cobra em períodos de greve.
- Servidores dos setores de laboratório, radiologia, administrativa estão de braços cruzados.
Denuncia que servidores que foram demitidos depois do concurso público estariam sendo contratos para cobrir a falta dos que aderiram à greve o que ele entende como irregular, tendo em vista que o atendimento de qualidade junto à população fica comprometido, uma vez que eles, depois deste período não passaram por nenhum tipo de capacitação.
SALÁRIO
O sindicalista afirma que a jornada de trabalho do servidor é de 30 horas semanais, com salário de R$ 496, 50, contudo o trabalhador não consegue sobreviver com esta faixa salarial.
Demonstrando indignação e revolta a servidora Dulceli Abreu revela que recentemente passou por um constrangimento em uma determinada loja, na cidade.
- Fui à loja comprar uma mesa, e o que ganho no meu contracheque, não foi compatível para efetuar esta compra. Isto é um absurdo, pois, além de ganhar pouco e passar por este tipo de constrangimento, acredito que estou tendo que pagar para continuar trabalhando diante das despesas que tenho em minha casa.
A servidora afirma que já participou de vários cursos de aperfeiçoamento na área de técnica em enfermagem, contudo, todo o investimento realizado não valeu a pena, diante das condições de trabalho nada favoráveis.
SINDICATO
Diretores do Sind-Saúde, afirma que a entidade tem como objetivo organizar, representar e defender os trabalhadores da saúde e não seria diferente com os trabalhadores da Unimontes.
Apenas 30% da capacidade de atendimento do
Hospital Universitário Clemente Faria estão funcionando
- A luta dos trabalhadores não é apenas uma obrigação do sindicato. É preciso que o servidor entenda que o sindicato é a sua representação e por isso depende da participação de todos. O sindicato é um espaço organizado onde todos os trabalhadores podem juntos construir uma luta favor da coletividade.
Salientam que neste momento o trabalhador precisa entender que esta entidade não é apenas um espaço de defesa dos interesses dos profissionais da saúde, mas que a função vai além disso, que é a representação de todos os trabalhadores que dependem dos serviços de saúde diariamente.