Montes Claros fechou 2021 com saldo positivo na geração de empregos, apesar da pandemia do coronavírus ainda ter causado muitos baques econômicos no país. Empresas da maior cidade do Norte de Minas contrataram 37.954 trabalhadores, enquanto 33.204 foram demitidos.

O saldo de 4.750 postos de trabalhado é 296% maior do que o registrado no ano anterior, que ficou em 1.199. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia e são considerados positivos se for levado em consideração o cenário epidemiológico. 

Para o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Edilson Carlos Torquato, vários fatores contribuíram para esse desempenho. “Um deles é a diversificação da economia na cidade. Na nossa economia giram indústria, comércio e serviços, que são muito fortes, além da agricultura”, explica.

Para ele, o fato de Montes Claros não depender de uma só atividade econômica facilita a geração de vagas. “E também a confiança que a cidade repassa aos empreendedores”, complementa.

De acordo com Torquato, Montes Claros está se desenvolvendo bem e é polo de uma região muito grande, que envolve mais de 2 milhões de pessoas. “Isso atrai diversos segmentos da economia, proporcionando aberturas de novas empresas e faz com que a geração de empregos seja uma consequência de tudo isto”, afirma.

Além disso, ele destaca o fato de a cidade ser uma importante formadora de mão de obra qualificada. “Isso nos ajuda a ter uma visibilidade em todo o Brasil, pois formamos bons profissionais, que atendem às necessidades das empresas”, pontua.

SAÚDE E CONSTRUÇÃO
O professor Roney Versiani, do Departamento de Ciências da Administração da Unimontes e coordenador da pesquisa de empregos da instituição, acredita que o saldo positivo de postos de trabalho está relacionado aos setores da saúde e construção.

“Esse resultado se deve à dinâmica da vacinação contra a Covid-19, que possibilitou a retomada da atividade econômica. Outro elemento é o crescimento do setor de construção civil”, avalia o professor. 

Os maiores saldos de vagas nos últimos meses foram gerados pelas microempresas, seguidas pelas empresas de grande porte. Já as maiores perdas de postos de trabalho ocorreram na indústria.
 
DEZEMBRO
No último mês do ano, a geração de vagas ficou abaixo das demissões. Segundo o Caged, foram 2.749 trabalhadores admitidos contra 2.776 demitidos – saldo negativo de 27 vagas em dezembro de 2021.

No entanto, o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Edilson Carlos Torquato, afirma que Montes Claros tem a característica de se recuperar mais rapidamente dessas retrações.

“Grandes empreendedores estão sempre em contato para ver o que Montes Claros pode oferecer. Facilitando assim, a chegada e implantação de novas empresas”, destaca. Neste momento, por exemplo, a cidade é palco de uma das maiores construções civis do Brasil, com o canteiro de obras da Eurofarma. “A indústria farmacêutica vai gerar 600 postos de trabalho direto e 3 mil indiretos”, diz o secretário.

Antes mesmo da abertura, a fábrica já está gerando mil postos de trabalho. O secretário informa ainda que outra fábrica está sendo preparada para se instalar na cidade. “É o Laboratório Cristália, no ramo farmacêutico. Queremos transformar Montes Claros em um polo fármaco”, diz.

Segurança conquistada
Quem está satisfeito com o aumento na geração de vagas em Montes Claros é Vicente Porto, de 27 anos. Ele entrou para a estatística de forma positiva: conseguiu emprego com carteira assinada no ano passado em um banco da cidade. “Antes eu era trabalhador autônomo, era comerciante, não tinha carteira. Agora, estou mais seguro e fazendo algo que gosto”, diz, satisfeito.
 
NO ESTADO
Minas registrou a geração de 305 mil empregos formais em 2021. O Estado fechou o ano com um saldo de 305.182 postos de trabalhos formais, resultado da admissão de 2.202.162 trabalhadores e do desligamento de 1.896.980.