Samuel Nunes
Repórter
Em contato com O Norte, na manhã desta terça-feira, 23, o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis, com subsede em Ipatinga e Montes Claros, Hozano Felix, disse que, diante do aumento de apenas 2% no salário dos trabalhos em postos de gasolina oferecido pela classe patronal, é provável que a categoria deflagre greve nos próximos dias.
- Para nosso espanto, na primeira rodada da negociação coletiva, mesmo diante de pedidos modestos de nossa parte, como a elevação do piso salarial da categoria para R$ 750,00 acrescido do adicional de periculosidade, melhoria na cesta básica, melhoria no PLR e fornecimento de vale-refeição (tíquetes para alimentação diária em restaurantes e cantinas, no valor de R$12,00 por dia trabalhado), o sindicato dos patrões, o Minaspetro, ofereceu apenas 2%, de aumento e uma PLR igual a do ano passado, ou seja, R$390,00 (trezentos e noventa reais) dividido em três vezes - argumenta.
Arquivo/Samuel Nunes
Para o sindicato é primordial a valorização da categoria
Hozano destaca que em Montes Claros existem 74 postos de gasolina, com um total de mais de 1.000 frentistas, representando uma importante força para o desenvolvimento da cidade. O sindicalista diz que, diante dos preços pagos por um litro de combustível, há condições da classe patronal pagar um salário condizente com a importância desta categoria.
- Além dos reajustes nos preços dos combustíveis, é certo que houve um aumento de número de carros circulando em todo o país. Na região, o preço do petróleo é um dos mais caros. Consideramos a proposta dos patrões não apenas insuficiente, mas também um ato de desrespeito para com os trabalhadores, conta.
CONTRA PROPOSTA
Hozano Felix revela que se, na próxima reunião marcada para acontecer no dia 29 de novembro, a classe patronal não apresentar uma contra proposta, a federação estará ajuizando dissídio coletivo de trabalho com paralisação das atividades em todas as cidades onde a federação representa os trabalhadores.
- Diante desta situação, não nos resta alternativa senão recorrer aos métodos de luta da classe trabalhadora, motivo pelo qual estamos colocando a categoria em estado alerta. Queremos salários decentes, tíquete refeição diário, fim dos descontos ilegais (de diferenças de caixa e de assaltos) e fim da pressão psicológica -, conclui.
A reportagem de O Norte tentou contato com o sindicato que representa a classe patronal para saber sua versão em relação às reivindicações da Federação, entretanto, até o fechamento desta edição, não obteve êxito.