Força total na repressão à venda de carne clandestina
Após ação que apreendeu 1.315 quilos de produto em açougues na segunda-feira, Ministério Público afirma que vai fazer mais fiscalizações nesta semana no comércio

O cerco se fecha cada vez mais ao comércio de carne clandestina em Montes Claros e região. Em mais uma ação do Ministério Público, em parceria com a Vigilância Sanitária Municipal e a Polícia Militar, mais de 1.300 quilos de carne de boi, porco e frango impróprias para o consumo foram apreendidas em dois açougues de Montes Claros.
A fiscalização realizada na segunda-feira faz parte da segunda fase da Operação “Carne Segura”, na qual foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. O gerente de um dos açougues fiscalizados foi preso. Ele foi levado para a delegacia para prestar depoimento e depois liberado.
O produto apreendido não tinha certificação sanitária e a suspeita é a de que era originário de abatedouros clandestinos.
O objetivo da operação, segundo o Ministério Público, é combater a comercialização da carne clandestina e em condições impróprias para o consumo. As ações continuam nesta semana em casas de carne e supermercados da cidade.
Ainda segundo o Ministério Público, o Mercado Municipal Christo Raeff também será incluído nas fiscalizações, pois muitas pessoas adquirem carne de sol no local. As vistorias são fundamentais para assegurar a qualidade desse produto típico da região norte-mineira.
O órgão alerta a população para que tenha cuidado na hora de comprar carnes. É preciso observar se o produto possui o selo de inspeção sanitária, que garante que o animal e a peça estão livres de doenças.
Segundo a promotoria, o comércio de carne sem prévia inspeção sanitária coloca em risco a saúde da população, expondo o consumidor a uma série de doenças, como infecções alimentares e zoonoses (cisticercose, tuberculose, brucelose, entre outras).
FASES
A primeira fase da operação Carne Segura foi realizada em abatedouros e câmeras frias de frigoríferos de Montes Claros e Glaucilândia na última semana. Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos e couros de animais e instrumentos cortantes foram localizados. Ninguém foi preso.
Quem vende produtos sem condições para consumo pratica crime contra as relações de consumo, com pena de 2 a 5 anos de detenção, ou multa.
Há uma estimativa do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de que mais da metade da carne consumida em Montes Claros tenha origem clandestina.