
Celebrado no dia 12 de outubro, o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, reúne milhões de fiéis em todo o país em missas, procissões e homenagens que refletem fé, gratidão e devoção. Considerada símbolo de esperança e proteção para os brasileiros, a santa é reverenciada com manifestações religiosas que fortalecem a espiritualidade e a tradição católica.
Em 2025, a celebração do Dia de Nossa Senhora Aparecida ganha um significado especial em Montes Claros com os 75 anos de fundação da Catedral Nossa Senhora Aparecida. Criada em 1950, a paróquia foi desmembrada da antiga Paróquia Nossa Senhora da Conceição e São José (Igreja Matriz) durante o episcopado de Dom Antônio de Almeida Moraes Júnior, terceiro bispo da Diocese, que esteve à frente do pastoreio entre 1948 e 1951.
No dia 12 de outubro, a programação contará da Catedral com a novena às 18h e a Santa Missa às 19h, presidida por arcebispos, bispos e padres convidados. A celebração deve reunir fiéis de toda a Arquidiocese em um momento de oração, música e reflexão em homenagem à padroeira do Brasil.
O professor de História das Religiões da Unimontes, Jânio Marques Dias, afirma que a devoção mariana em Montes Claros é profundamente enraizada. “A Maria tem um poder enorme na população de Montes Claros, que nem os evangélicos conseguem se livrar. Inclusive, há muitos ex-católicos que hoje são evangélicos e ainda mantêm, em segredo, a devoção a Maria. É o que chamo de uma religião silenciosa, que só eles vivem, como os cristãos novos, que mantinham a fé escondida”, compara o professor.
O operador de som e locutor Vanderlei Caldeira Munes, católico desde que nasceu, conta que a devoção a Nossa Senhora Aparecida é uma tradição familiar, especialmente mantida por seu pai e por sua esposa, ambos profundamente devotos. Ele relembra um episódio marcante vivido com o pai durante uma visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. “Eu morava em São Paulo e levei meu pai lá. Batizei meu filho mais velho nesse Santuário. Meu pai chorou quando chegou na frente da imagem, ficou ali, emocionado. Falei: ‘Pai, nós temos que andar, a fila anda’, mas ele permaneceu lá, chorando. Depois perguntou qual era o horário em que poderia voltar para rezar mais, e o padre disse que poderia vir às dez horas. Ele voltou e ficou lá, rezando, com muita fé”, recorda emocionado.
O locutor descreve o momento como profundamente espiritual. “É um momento mágico, de devoção por Maria. Tem que acreditar. Quando a gente vê uma pessoa que realmente ama Maria, acredita em Maria, é algo que toca a alma, é muito forte”, afirma.
Para Vanderlei, a fé católica é uma convicção que o acompanha desde a infância. “Sou católico desde que nasci. Já me chamaram para outras religiões, mas eu disse: não, eu acredito em Deus e em Maria”, destaca. Ele também esclarece sua visão sobre o culto aos santos. “Acredito que santos não são idolatrias, certo? Mas sou devoto. Devoto de Maria, de Aparecida. Parece que tudo é transformado em uma só, Maria, Mãe de Jesus. Aparecida vem depois, mas é dela que estamos falando, a do Brasil, nossa mãe e eu sou devoto a ela”, conclui.