Valéria Borborema
Colaboração a O NORTE
Entre os dias 3 e 12 de outubro, a Catedral Metropolitana de Montes Claros realiza a tradicional Festa de Nossa Senhora Aparecida que, neste ano, traz o tema Com Maria, discípula e missionária, escolhemos a vida. As atividades em honra à padroeira do Brasil e da igreja-mãe da Arquidiocese de Montes Claros serão abertas na próxima sexta-feira, às 18 horas, com novena e Missa presidida pelo Arcebispo Emérito Dom Geraldo Majela de Castro.
Mas a programação, que acontecerá no majestoso templo, na Praça Pio XII, centro da cidade, terá também a participação do Arcebispo Dom José Alberto Moura, que conduzirá dois momentos especiais. Na sexta-feira (10), Missa em Ação de Graças alusiva ao aniversário da Dedicação da Catedral, que acontece depois da novena, prevista para as 18 horas. E no domingo (12), a Solene Celebração Eucarística do Dia de Nossa Senhora Aparecida (12), em seguida à Procissão Luminosa, que sairá da Capela São José rumo à Catedral, às 18 horas. Os fiéis percorrerão as ruas Germano Gonçalves, Santa Rita de Cássia, Agostinho Alvarenga, Teófilo Otoni, Padre Champagnat e Dom Pedro II.
Todos os dias, de 3 a 11 de outubro, haverá novena e Missa. No sábado (4), às 16h30min. No domingo (5), missas às 7 e 9 horas, batizados às 10 horas, novena e Missa às 18 horas e Missa às 20 horas. Segunda, terça e quinta-feira, novena e Missa às 18 horas. Na quarta-feira (8), Missa às 7 horas e novena e Missa às 18 horas. No sábado (11), novena e Missa às 16h30min e, logo após, levantamento do Mastro.
DEDICAÇÃO
No dia 10 de outubro, a partir das 18 horas, a comunidade é convidada a lembrar o solene rito litúrgico pelo qual um altar ou igreja são consagrados e destinados ao culto divino, explica o pároco, Padre Dorival Souza Barreto Júnior, ao se referir à solenidade da Dedicação da Catedral. Segundo ele, dedicar significa consagrar, destinar um lugar ao uso sagrado.
O procedimento remonta ao Antigo Testamento, revela o sacerdote, quando encontramos o costume de consagrar fartamente narrado no Velho Testamento como, por exemplo, estrelas no livro do Gênesis e altares no dos Números. Mais tarde, continua, os judeus estabeleceram a festa da Hanukká, no aniversário da dedicação do Templo, no tempo dos Macabeus, para reparar a profanação por parte dos pagãos, conforme relata o evangelho de Marcos.
A partir do século IV, ensina Padre Dorival, os cristãos construíram igrejas e as consagraram solenemente, com ritos e textos surgidos ao longo dos séculos. Apareceram, então, as festas anuais de Santa Maria Maior (5 de agosto), da Basílica de Latrão (9 de novembro) e de São Pedro e São Paulo (18 de novembro). No caso do aniversário da dedicação da própria igreja, e, em cada arquidiocese ou diocese, de sua sede, a Catedral, o procedimento fundamenta-se no Ritual da Dedicação de Igrejas e de Altares. “A igreja-edifício é um símbolo expressivo da igreja-comunidade e também da igreja-celeste. Celebrar o aniversário da Dedicação de nossa Catedral Metropolitana é um momento de tomada de consciência de nossa própria identidade e missão enquanto comunidade cristã. A igreja de tijolos outra coisa não é senão a casa da comunidade e expressão de seu ser, de sua realidade mais profunda”, finaliza o sacerdote.
NOSSA SENHORA APARECIDA
Consta no site do Santuário Nacional de Aparecida que a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, encontrada no rio Paraíba, na segunda quinzena de outubro de 1717, é de terracota, ou seja, de argila que, depois de modelada, é cozida em forno apropriado. Mede 40 centímetros de altura.
A história começa quando chegou a Guaratinguetá, no Vale do Paraíba Paulista, a notícia de que o conde de Assumar, Dom Pedro de Almeida e Portugal, governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, passaria pela povoação a caminho de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), em Minas Gerais.
Desejosos de oferecer à autoridade a melhor comida, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves lançaram rede no rio Paraíba do Sul. Depois de muitas tentativas frustradas, apanharam o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e, depois, sua cabeça. Durante 15 anos, a imagem permaneceu na residência de Felipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção cresceu, graças foram alcançadas e a fé alastrou-se pelo Brasil.
Por volta de 1.734, o vigário de Guaratinguetá construiu uma capela no alto do morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de Julho de 1745. Nascia, assim, a cidade de Aparecida do Norte. Diante do aumento no número de fiéis, em 1.834 foi iniciada a construção de uma igreja maior - a atual Basílica Velha.
Em 1967, época em que a devoção à Virgem Aparecida completou 250 anos, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a Rosa de Ouro, reconhecendo a importância do que ali ocorria. No dia 4 de julho de 1980, o Papa João Paulo II, em sua histórica visita ao Brasil, consagrou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida em Missa Solene. E, no mês de maio de 2004, o Papa João Paulo II concedeu indulgências aos devotos de Nossa Senhora Aparecida, por ocasião das comemorações do centenário da coroação da imagem e proclamação de Nossa Senhora como padroeira do Brasil.
Hoje, Aparecida recebe anualmente cerca de sete milhões de romeiros. Trata-se do maior centro de peregrinação religiosa da América Latina.